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MOSTRA ARTEFACTO CURITIBA: ENTREVISTAS

Apresentamos Angela Chinasso homenageando Laura Kubrusly na Mostra Artefacto Décor + Fashion

A Mostra Artefacto 2017 chegou a Curitiba este mês com o tema Décor + Fashion homenageando designers de moda consagrados. Hoje apresentamos Angela Chinasso homenageando Laura Kubrusly e sua marca Kunst, em um ambiente que nos remete a Fernando de Noronha  – onde a arquiteta assinou a Pousada Maria Bonita, que tem como sócio o ator Bruno Gagliasso e cujo mobiliário eé 100%  Artefacto.

TOP VIEW: Os universos da arquitetura/decoração e moda sempre se movimentaram em uma direção muito parecida: conquistar e despertar desejo. Mas qual a sensação provocada que difere os dois?

ANGELA CHINASSO: Acredito que a principal diferença tenha a ver com sensação de “durabilidade” que a arquitetura/decoração deve provocar. A moda desperta o desejo convidando para constantes experimentos, mudanças, inovações. Um projeto de interiores usa sim essas tendências, mas deve ser trabalhado de maneira mais atemporal. Ninguém renova a casa como troca de roupa. Por isso os clássicos são tão importantes. Obviamente, precisam ser atualizados e revisitados, e para isso a moda – como várias outras artes – nos inspiram o tempo todo.

TV: O que o fashion pode trazer ao décor e vice-versa? O que um pode aprender com o outro?

AC: Tudo. Inclusive na área de planejamento. Os principais eventos de moda são extremamente profissionais e seguem um calendário com etapas muito parecidas com as que temos em um projeto de décor: briefing, inspiração, estudos, concepção, criação, execução.Mas, pra mim, a arquitetura tem muito a aprender com o “fashion” no quesito ousadia. Tenho observado muitos projetos frios, lineares, parecidos. Conceitualmente técnicos, bonitos e corretos, mas sem vida, sem gente, sem emoção.  Acho muito importante ter habilidade de combinar e misturar sem ser óbvio. Esse arriscar constante na moda é uma inspiração para que a décor se movimente. E eu aposto muito nisso. Já o contrário eu diria que tem a ver com adequação. Vejo na moda muitas tendências que não são para todos, bem seletivas. A décor costuma ser mais democrática, até pela necessidade de ser algo um pouco mais permanente.

TV: Como foi o processo de criação e o encontro entre vocês arquiteto e designer de moda?

AC: Meu ambiente teve sua concepção de maneira diferente dos demais. O pedido para trazer a vibe Noronha para a mostra foi um pedido do próprio Paulo Bacchi (CEO Artefacto) em função do sucesso que foi a pousada Maria Bonita Noronha, que projetei em 2016, com 100% dos móveis Artefacto. Mas essa premissa reforçou ainda mais meu interesse em homenagear Laura Kubrusly. A energia, vibração e brasilidade da proposta são a cara dela e de sua marca – a Kunst. Obviamente as questões emocionais foram relevantes: Laura é minha filha e eu a conheço como poucos. Mas essa relação está longe de ter facilitado meu lado. Precisei trazer um pouco mais de sofisticação ao espaço e ao clima de Curitiba.

TV: Quais são os pontos do projeto que mais evidenciam a convergência entre as ideias dos dois lados arquiteto e designer de moda?

AC:Nossa principal semelhança está exatamente na ousadia. Na aposta pela mistura inusitada, mas harmônica. Nesta busca pelo despretensioso, mas extremamente impactante. No olhar pro natural, pro feito a mão, que tem história e raiz. Mas com a segurança da qualidade, do senso estético apurado e resultado forte.

TV:Como definiria esse projeto em um frase?

AC: O Lounge Noronha é o meu olhar sobre um refúgio para SER e ESTAR que possui brasilidade, inspiração e presença, assim como Laura Kubrusly.

 

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