CULTURA CINEMA

Olhar de Cinema: tudo o que você precisa saber para curtir o festival

Começa nesta quarta-feira (1º) a 11ª edição do “Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba”, um dos mais importantes eventos voltados à sétima arte do Brasil. O festival retorna este ano ao formato presencial, tendo parte de sua programação online, indo até o dia 9 de junho.

São mais de 100 filmes, entre curtas e longas-metragens, selecionados para o festival por meio de uma curadoria especial, que estão divididos em 10 mostras participantes, cada uma com uma temática.

Para o coordenador-geral do Olhar de CinemaAntonio Gonçalves Junior, o festival é a melhor oportunidade das pessoas em Curitiba conferirem o que está sendo produzido de qualidade no mundo todo e que, na maioria das vezes, não chega nas salas de cinema.

“O Olhar de Cinema é um festival que tem como objetivo desde 2012 exibir filmes de todo o mundo, filmes independentes e muitos que, raramente, ou quase nunca, chegam as salas de cinema. Aí acaba que existe uma produção mundial extremamente interessante, bastante rica, com olhares diferentes, temáticas super pertinentes, que acabam não tendo espaço dentro do circuito comercial. Então nós trazemos, durante esses nove dias de festival, esse panorama de filmes do mundo inteiro, sendo representado por mais de 40 países, com mais de 100 produções”, explica.

Para a edição deste ano, os filmes serão exibidos no Cine Passeio (Rua Riachuelo, 410 – Centro), no Cinemark do Shopping Mueller (Av. Cândido de Abreu, 127 – Centro), na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcati, 1174 – São Francisco), no Museu Oscar Niemeyer (Rua Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico) e, com objetivo de descentralizar as sessões, levando a arte para regiões mais afastadas, no Teatro da Vila, na Cidade Industrial de Curitiba (Rua Davi Xavier da Silva, 451 – CIC). Haverá ainda exibições online, que ocorrerão de 07/06 até o dia 09/06 no site. Dentro do período, basta verificar a lista de produções disponíveis online no próprio site e fazer a locação da sessão no valor de R$ 6.

Mostras do festival

  • Mostra Olhar Retrospectivo – Destaca um grande nome do cinema mundial, fazendo uma retrospectiva e uma reflexão aprofundada da obra e da trajetória da pessoa homenageada.
  • Mostra Olhares Clássicos – Recorte dos mais variados filmes que marcam a história do cinema. Um panorama de obras de diversos profissionais, países, gêneros e épocas, que acima de tudo demonstra paixão e respeito pelo cinema e pela sua história.
  • Mostra Foco – Destaca o trabalho de um novo autor ou autora, ainda pouco visto/a no circuito de festivais brasileiros. Uma chance privilegiada para explorar uma obra ainda em formação e maturação, mas já dentro de um conjunto de filmes que contém a força necessária para lançar um nome a posição de autor/a do cinema contemporâneo.
  • Mostra Exibições Especiais – Mestres do cinema mundial, a redescoberta de filmes e um espaço privilegiado para destaques do cinema nacional é a busca da mostra. Ela ainda abre espaço para filmes em pré-estreias. Composta por filmes de diferentes culturas e realidades, essa mostra mescla elementos do passado e do presente, visando apontar possibilidades futuras.
  • Mostra Competitiva – Formada de Longa e Curta-metragem, composta por um conjunto de apostas, e também descobertas, de filmes recém chegados ao mundo, ainda inéditos no Brasil. Aqui há a busca do equilíbrio entre inventividade, abordagem de temas contemporâneos e potencial de comunicação com o público.
  • Mostra Novos Olhares – Dedicada a longas-metragens que tem maior radicalidade em suas propostas estéticas e, por isso, flertam com a ventura e o risco de caminhos desconhecidos. Há os filmes que convidam o público a um mergulho lírico, há outros que propõem a frieza do distanciamento épico, há os que investigam as criações alegóricas, há os que apostam no encontro com o real.
  • Mostra Outros Olhares – Com Longa e Curta-metragem ela faz um diálogo entre filmes ainda inéditos e filmes que já possuem uma trajetória internacional em festivais e mostras recentes. Quem vai para Outros Olhares encontrará uma grande variedade de propostas, estilos, linguagens e abordagens feitos em torno de uma série de extremidades que reflete o mundo atual de extremos em que vivemos.
  • Mostra Mirada Paranaense – Dedicada a apresentar ao público um panorama da produção audiovisual local, do estado brasileiro do Paraná. O público é convidado a conhecer as primeiras produções dos/as jovens realizadores/as locais, bem como a acompanhar novos trabalhos de realizadores/as experientes.
  • Mostra Pequenos Olhares – Dedicada as crianças. Um espaço aberto para os jovens espectadores viverem a experiência do festival, que também contempla a possibilidade de filmes para toda a família.
  • Mostra Olhares Brasil – A Olhares Brasil apresenta um panorama de curtas e longas-metragens brasileiros com obras inéditas ou que já estiveram em festivais de cinema do Brasil e do mundo.

Confira os filmes com acessibilidade

Para o Cofundador, Diretor Geral e Diretor Artístico do Olhar de Cinema, Antônio Gonçalves, a inclusão é um papel importante da arte.

“O cinema é uma arte direcionada para todos os tipos de público. Prezar pela acessibilidade no segmento, não só no aspecto audiovisual, mas também estrutural, é papel fundamental para que possamos seguir rumo a uma sociedade mais democrática e inclusiva. Neste ano, são sete filmes que contam com recursos de LIBRAS, sendo seis que ainda reúnem audiodescrição e legendas para surdos e ensurdecidos”, comenta.

“Alan” (Dir. Diego Lisboa e Daniel Lisboa | 2022| Brasil | 92’)

A produção é um registro sobre Alan do Rap, artista transgressor da cultura musical periférica de Salvador, em sua luta para sobreviver e criar. O filme acompanha mais de dez anos do relacionamento entre os diretores do filme e seu personagem, testemunhando a força inerente ao ato da geração de arquivos audiovisuais, mas também a complexa relação entre sujeitos e objetos na criação documental, na busca de sua justa distância. Uma história única e individual, que também é um retrato de um país e sua falta de possibilidades.

Além de LIBRAS, o filme ainda conta com audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos.

Alan” será exibido no formato presencial no dia 4 de junho, às 13h30 e 15h12 no Cine Passeio.

“Os Primeiros Soldados” – (Dir. Rodrigo de Oliveira | 2021| Brasil | 107’) 

É 1983, Suzano (Johnny Massaro) volta para a casa de sua família sonhando com um futuro, mas já consciente que algo terrível está acontecendo em seu corpo. Enquanto isso, um grupo de jovens LGBTQIA+ comemoram a virada do ano ainda sem noção do que se aproxima. Apesar da enorme falta de informação sobre suas condições, Suzano se junta a Rose (Renata Carvalho) e Humberto (Vitor Camilo), igualmente doentes, em uma tentativa de sobrevivência e celebração de vida. Um retrato daqueles que viveram a primeira onda de AIDS no Brasil, em uma história de enfrentamento e acolhimento coletivo contada com muito vigor e cuidado pelo diretor Rodrigo de Oliveira.

O filme conta com audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos.

“Os Primeiros Soldados” será exibido no formato presencial no dia 7 de junho, às 13h45 e 15h42, no Cine Passeio.

“Todo Mundo Já Foi Pra Marte” (Dir. Telmo Carvalho |2023| Brasil | 75’) 

Uma viagem, em formato de animação, por sensações e experiências pessoais com a pandemia. Realizado por 37 animadores do Ceará, o filme revela uma multiplicidade de procedimentos, olhares, estilos, mas também de aberturas para a intimidade de seus criadores. No isolamento, os artistas imaginam e sonham com outras possibilidades de mundo em um fluxo de cores, formas e desejos.

Além de LIBRAS, o filme ainda conta com audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos.

“Todo Mundo Já Foi Pra Marte” será exibido no formato presencial no dia 8 de junho, às 19h15 e 20h40, na Cinemateca de Curitiba.

“Céu Aberto” (Dir. Elissa Pessoa | 2022 | Brasil | 95’) 

Uma jovem mulher se aproxima da idade adulta vivendo no interior, na campanha gaúcha, em pleno século 21. Ao longo de cinco anos de gravações entre a diretora e a personagem, que também se auto-registra, acompanhamos esse tempo que passa e a maneira como ele altera sonhos, desejos e motivações. Em algum lugar entre espelho e janela, a câmera se torna companheira deste processo de amadurecimento e de transformação

É importante ressaltar que os recursos de LIBRAS, assim como audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos estarão disponíveis apenas para a sessão online.

“Céu Aberto” será exibido no formato presencial no dia 7 de junho, às 20h25 e 22h30; e no dia 8 de junho, às 16h45 e 18h30, no Cine Passeio. A exibição online ocorre do dia 7 a 9 de junho, pelo site oficial do Olhar de Cinema. É necessário fazer a locação da sessão (R$6) para assistir ao filme.

“Upa, Neguinho!” (Dir. Douglas Carvalho dos Santos | 2021 | Brasil | 53’)

(Foto: divulgação)

O documentário encontra o bailarino Kunta Leonardo da Cruz entre sua origem na comunidade quilombola Paiol de Telha – a primeira a ter o seu território titulado no estado do Paraná – e a ida à Curitiba para se dedicar à dança. Misturando o registro da história e do cotidiano da comunidade à performance do artista, o diretor Douglas Carvalho dos Santos navega por diferentes paisagens e procedimentos formais para encontrar a força dos gestos e da tradição nos processos de criação do dançarino.

É importante ressaltar que os recursos de LIBRAS, assim como audiodescrição estarão disponíveis apenas para a sessão online.

“Upa, Neguinho” será exibido presencialmente no dia 2 de junho, às 20h45 e 22h18; e o dia 3 de junho, às 16h30 e 17h33, no Cine Passeio. A exibição online ocorre do dia 7 a 9 de junho, pelo site oficial do Olhar de Cinema. É necessário fazer a locação da sessão (R$6) para assistir ao filme.

“Alice dos Anjos” (Dir. Daniel Leite Almeida | 2021 | Brasil | 76’)

(Foto: divulgação)

No quintal da casa de sua avó, no sertão nordestino, Alice dos Anjos (Tiffanie Costa) encontra um apressado bode preto que usa terno e gravata. Tentando alcançá-lo, a menina cai em um buraco e é transportada para um mundo mágico, repleto de personagens malucos e muitas aventuras. Em uma livre e divertida adaptação de “Alice no País das Maravilhas”, Daniel Leite Almeida combina diferentes figuras e temas do imaginário brasileiro à clássica história de Lewis Carroll.

É importante ressaltar que os recursos de LIBRAS, assim como audiodescrição estarão disponíveis apenas para a sessão online.

“Alice dos Anjos” será exibido presencialmente no dia 4 de junho, às 17h e às 18h26, de forma gratuita, no Teatro da Vila e no Museu Oscar Niemeyer. A exibição online ocorre do dia 7 a 9 de junho, pelo site oficial do Olhar de Cinema.

“Despedida” (Dir. Luciana Mazeto e Vinícius Lopes | 2021 | Brasil | 90’)

(Foto: divulgação)

Quando Ana, de 11 anos, viaja para o enterro da sua avó em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, coisas estranhas começam a acontecer. Ao lado da casa da família há uma floresta, e nela, um mundo mágico habitado por fantasmas, lobos e todo tipo de seres fantásticos. No decorrer de um feriado de carnaval, um mistério familiar, que liga sua avó e sua mãe, precisa ser desvendado usando de intuição e coragem. Só assim será possível curar as feridas do passado para novamente encantar o presente.

É importante ressaltar que os recursos de LIBRAS, assim como audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos estarão disponíveis apenas para a sessão online.

Despedida” será exibido presencialmente no dia 5 de junho, às 10h30 e 12h40, no Cine Passeio. E ainda no dia 5 às 17h e 18h40, de forma gratuita, no Museu Oscar Niemeyer e Teatro da Vila. A exibição online ocorre do dia 7 a 9 de junho, pelo site oficial do Olhar de Cinema.

Mirada paranaense

Confira as sinopses completas das produções:

Longas-Metragens

Pasajeras (Brasil | 2021 | 72’) – Dir. Fran Rebelatto

Mulheres “paseras”, que vivem e se deslocam em territórios de fronteira, personagens que se fazem no chão entre Brasil e Paraguai. Todos os dias, de um lado a outro do rio Paraná, elas carregam sobrevivência e sonhos.

Upa, Neguinho! (Brasil | 2021 | 53’) – Dir. Douglas Carvalho dos Santos

O longa convida o espectador a abandonar a visão folclórica sobre os Quilombos e acompanhar Kunta Leonardo da Cruz, um jovem artista, professor e pesquisador em dança, que nos conduzirá do chão batido do quilombo às salas das universidade.

Curtas-Metragens

Deus Me Livre (BRA| 2021 | 17’), Dir. Carlos Henrique de Oliveira
Para enfrentar a pandemia no maior cemitério da América Latina, dois sepultadores brasileiros se apegam em suas distintas religiões.

Esperanza (BRA | 2022 | 14’), Dir. Hugo Lobo Mejía
Recém chegado ao Brasil, Julen, um jovem cozinheiro venezuelano, vai a uma entrevista de emprego no refinado restaurante Esperanza. Ele se questiona se deve preparar uma pisca andina ou uma clássica omelete francesa. No restaurante, percebe que a chef espera que ele prepare algo de suas origens. Ávido pelo seu objetivo, ele cede e entra no jogo proposto.

Falta Pouco (BRA | 2022 | 23’), Dir. Wellington Sari
Monique tenta fazer um podcast sobre duas jovens que sumiram no Panamá, em 2014. Wellington busca recuperar imagens gravadas durante um Ano Novo recente. Mas falta alguma coisa.

O Hábito de Habitar (BRA, CHILE, HAITI | 2021 | 16’), Dir. Nicolás Pérez
Ale e Santi, uma família de estudantes bolivianos residentes no Brasil, convivem no dia a dia com lembranças de onde moravam no passado. Juntos, um dia, eles decidem desenterrar essas memórias.

Os Dias Depois (BRA | 2021 | 21’), Dir. Thiago Bezerra Benites
Sandra é uma professora acadêmica confinada em seu apartamento durante a pandemia que assola o país. Com a morte de sua mãe, ela precisa lidar com a volta do irmão mais novo e com a burocracia do luto.

Quarentena (BRA | 2021 | 6’), Dir. Adriel Nizer e Nando Sturmer
Brasil. É noite. Mãe e filho descobrem que não estão sozinhos durante a quarentena.

Último Ensaio (BRA | 2021 | 14’), Dir. Bruno Costa
Como foi que chegamos até aqui? Anos e anos desenvolvendo técnicas de auto sabotagem.

Valentina Versus (BRA | 2022 | 14’), Dir. Anne Lise Ale e E. M. Z. Camargo
Era uma vez, em uma quest não tão distante, um grupo de gamers se reuniu em uma batalha épica para enfrentar Haters, Mi-mi-minotauros e Trolls na mais grandiosa e assustadora das masmorras: uma balada.


Serviço

11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
Quando: 1º a 9 de junho de 2022
Site oficialClique aqui
Redes sociais: Instagram | Facebook | Twitter
Patrocínio: Sanepar, Compagas, Copel, Uninter e Peroxidos do Brasil
Apoio: Grupo Servopa, EBANX e Tintas Verginia
Apoio Cultural: Projeto Paradiso
Produção: Grafo
Projeto realizado com recursos do Programa de Apoio de Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com realização do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura

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