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Qual é o momento de falar sobre carreira com os jovens?

O futuro incerto para o mercado de trabalho e os jovens sonhadores

“Jovem” e “carreira” são duas palavras que em algum momento se cruzam na vida das pessoas – e que, muitas vezes, acabam gerando medo, insegurança e conflitos internos e familiares. Pais são demodês e “cringes”, só pensam em ganhar dinheiro, pagar boletos, escravos de seus trabalhos, passando a vida dedicados a uma carreira em que não são “felizes”, e de forma a projetar em seus filhos as expectativas deles, seja por frustração própria ou falta de coragem.

Pois bem, esse é o ponto de vista de um jovem de 17 anos que está no terceiro ano do Ensino Médio e não tem a menor ideia do que quer fazer com o “resto da sua vida”. Afinal, escolher o que fazer para sempre é algo que não está nos planos e no campo de visão de alguém que está vivendo em um mundo com carreiras, empregos e empresas disruptivas, inovadoras, startups, bilionários de 20 anos, uma geração que quer “ser, viver e aproveitar o melhor de suas habilidades“, que quer se aliar e não trabalhar para alguém, pessoas que querem ser sócias de causas em que acreditam.

Esses jovens viram seus avós e pais serem obedientes, fiéis a uma carreira e, não raras vezes, adoecerem por conta do trabalho. Outros tiveram pais ausentes na criação e tudo o que eles querem é poder ter uma vida que os leve para perto de suas futuras famílias, cônjuges e filhos. Do outro lado, vejo que faço parte de uma geração cujos filhos não possuem ambição real, esforço e persistência de verdade, jovens cheios de ideias, lindas na prática, mas com pouco ou nenhum esforço (suor e trabalho mesmo) para pleitearem seus ideais que, geralmente, povoam mais o mundo fictício das ideologias das redes sociais, em que as contas nunca chegam, as empresas não têm problemas e o mundo é cor-de-rosa.

De acordo com um recente estudo da Nielsen, cerca de 54% dos jovens da Geração Z disseram querer começar a empreender, isso porque acreditam que é a melhor forma de se obter autonomialiberdade. Do outro lado, as empresas têm carências e ofertas de trabalho, que não são preenchidas por conta da falta de interesse desse público na relação de trabalho tradicional (com horário e responsabilidades).

Vivemos um hiato no mercado de trabalho. As vagas não são fechadas, pois os jovens não aceitam as ofertas, julgando que elas não estão à altura das expectativas (platônicas) deles. Os dados estão na mesa… como podemos resolver juntos essa equação?

Falando no assunto…

VIDA E CARREIRA: UM EQUILÍBRIO POSSÍVEL?
Mario Sergio Cortella e Pedro Mandelli
Papirus 7 Mares

DE ONDE VÊM AS BOAS IDEIAS ESSENCIALISMO
Steve Johnson
Zahar

ESSENCIALISMO
Greg McKeown
Sextante

 

*Coluna originalmente publicada na edição #251 da revista TOPVIEW.

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