FASHION

No mundo surrealista da Chapelle

Marca autoral curitibana lança sua nova coleção inspirada no movimento surrealista

No mundo surrealista da Chapelle, nova marca autoral curitibana, há Salvador Dalí com três metros de altura, Dândis do séculos XXI e muita pluralidade. Assim, em poucas palavras, se define o fantasioso desfile da coleção de Verão 22 da Chapelle, que ocorreu na CASACOR Paraná, no final da tarde de terça-feira (12). 

Artista com perna de pau caracterizado como Salvador Dalí. Foto: Izadora Padilha

Leandro Di Tomazoni, designer e proprietário da marca, se inspirou no conceito surrealista, movimento artístico representado pelo pintor castelhano Salvador Dalí, para trazer peças desconstruídas.

No ambiente Pool Party, do arquiteto Felipe Guerra, a Chapelle inaugurou nas passarelas com um artista com pernas de pau e fantasiado de Salvador Dalí. Em suas peças, é possível reconhecer as referências trazidas do dandismo, movimento do século XVIII que traz o traje masculino como sinônimo de postura ideológica. Ou seja, uma rejeição aos códigos de conduta e dos valores burgueses. Mas, engana-se quem pensa que os dândis andavam mal vestidos por conta disso. Suas roupas eram elegantes e tinham ótimo senso estético. 

Tomazoni retrata isso em algumas das 40 peças que criou. Ele as apresentou em 21 looks completos, vestidos em modelos de corpos, raças e idades plurais. “Eu quis mostrar essa diversidade toda também na passarela. Por isso, trouxe modelos de diversas idades, brancos, pretos, trans. Tudo bem plural”, alega o designer. 

A marca lançou a coleção verão 22. Foto: Izadora Padilha.

Com a volta dos desfiles presenciais, o evento também exigiu uma produção mais elaborada. “Eu recebi o tema, que era Salvador Dalí e os Dândis e pirei para criar uma produção surrealista. E, por isso, chamamos um artista para entrar com perna de pau, que se relaciona muito com os quadros do pintor. Além disso, também usamos maquiagens ilusórias, com bigodes, e cabelos bem diferentes”, afirma a produtora de moda e stylist, Maria Clara Martins Cruz. 

O ambiente também estimulou a imaginação do público. Dentro de uma piscina vazia, com tentáculos e esculturas chamativas, o arquiteto Felipe Guerra resgata a essência do prédio original e assume a piscina como elemento central compositivo. A proposta cenográfica traz esculturas que lembram elementos do universo das águas e iluminação especial.

As peças têm referência dos Dândis. Foto: Izadora Padilha.

“Sempre imaginei estrear a Chapelle em um local especial para Curitiba. Quando recebi o convite para realizar o desfile na CASACOR Paraná 2021, fiquei lisonjeado. Inclusive, entre tantos ambientes da Mostra, o convite foi feito para apresentar as peças no ambiente do arquiteto Felipe Guerra, que montou um projeto surreal, dentro de uma piscina. Isso casa muito com todo o conceito da marca e do desfile”, afirma Tomazoni. 

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