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‘Modernismo 22+100’: São Paulo divulga programação do centenário da Semana de 22

Cem anos após a Semana de 22, a proposta do manifesto são comemorações “mais modernistas e menos bandeirantes”

A Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo lançou o projeto “Modernismo 22+100”, que pretende refletir sobre o legado da Semana de 22 à luz de manifestações culturais contemporâneas. Entre as ações do projeto, estão eventos culturais, a estreia de um podcast que discute a herança modernista, a inauguração de nove Centros de Referência do Novo Modernismo, a publicação de editais para financiar a realização de seminários e a edição de obras literárias e a divulgação de um vídeo-manifesto.

Gravado no palco de Theatro Municipal de São Paulo, que abrigou a semana modernista um século atrás, o “Manifesto Modernismo 22+100” é lido pelos atores Hebert Gonçalves e Moara Sacchi: “o 22 de agora é a periferia no centro e o centro na periferia”. “O 22 de agora é menos bandeirante e mais modernista”, continua o manifesto. Todo o projeto de celebração do centenário da Semana de 22 foi guiado pela seguinte provocação: o que seria, hoje, o novo modernismo? A resposta, afirma o secretário municipal de Cultura Alê Youssef, está nas periferias.

“Os melhores exemplos de questionamento e ruptura estão na inquietação das manifestações culturais das periferias. É lá que se encontram, hoje, os ideais de 22”, diz Youssef, que lembra que as comemorações do centenário modernista devem coincidir com a maior reabertura do setor cultural da cidade.

“O centenário da Semana de 22 pode representar um reencontro de São Paulo com os valores multiculturais que compõem o seu DNA.”

Segundo Youssef, São Paulo está mais modernista e menos bandeirante às vésperas do centenário da Semana de 22 porque a “Guerra Fria” que a cidade enfrentou durante décadas parece ter chegado ao fim.

“São Paulo vivia uma ‘Guerra Fria’ entre os que a consideravam uma cidade cinza, uma cidade-dormitório, para os carros e os negócios, e os movimentos sociais e culturais que lutaram par que ela fosse mais diversa e humana.”, afirma.

O Teatro Municipal abrigará uma apresentação do Balé da Cidade baseado na obra de Tarsila do Amaral e uma mini virada cultural de 24 horas. O Vale do Anhangabaú sediará o Palco do Vale, que receberá “Música Antropofágica”, shows que evocam raízes brasileiras e sua influência na música contemporânea. Também ali acontecerão encontros de coletivos artísticos de expressões variadas.

Na Praça das Artes, a prefeitura deve organizar o Quilombo das Artes, um espaço que pretende ressignificar a Praça como principal Quilombo da cidade. Ali acontecerão rodas de samba e bailes. Haverá ainda uma programação voltada para o público infantil, novos editais (um para projetos artísticos e outro para livros sobre o tema) e uma série de debates reunidas em uma série de podcasts, o Ciclo Modernismo 22 + 100, com participação de Zé Celso Martinez Corrêa, Tom Zé, Eliane Dias, Bia Lessa, Kondzilla, entre outros.

A programação inclui ainda ações em museus e bibliotecas da cidade. A ideia é que as comemorações não fiquem restritas ao centro da cidade.

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