ESTILO

A herança da humanidade

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Até que ponto é possível entender e prever essa grande simbiose inerente do ser humano?

Carmem Miranda, Audrey Hepburn, Cândido Portinari, Fred Astaire, Leonardo da Vinci, Anitta, Salvador Dalí, Wes Anderson, Vik Muniz, Zaha Hadid, Banksy, Fernando Pessoa, Marina Abramovich, David Bowie, Paulo Leminski, Tarsila do Amaral, Michelangelo, Martha Medeiros, Chacrinha,
Tomie Ohtake [insira aqui infinitos nomes de artistas memoráveis] e todas as outras mentes brilhantes que passam boa parte de suas vidas inspirando a sociedade com as suas mais variadas formas de expressões artísticas. Sem dúvidas, você é uma dessas pessoas. Afinal, a arte está em todos os lugares – mesmo naqueles em que, muitas vezes, passam-nos despercebidos, na correria do cotidiano.

Em 2000, a cantora Marisa Monte compôs uma música em homenagem póstuma ao Profeta Gentileza, um artista de rua que ficou conhecido nos anos 1990 por fazer inscrições peculiares, como a famosa “Gentileza Gera Gentileza”, nas pilastras do Viaduto do Gasômetro, no Rio de Janeiro. A canção de Marisa lamenta que os famosos versos de Gentileza estavam sendo tapados pelo vandalismo. Em uma das frases, ela diz: “O mundo é uma escola/ a vida é um circo/ ‘amor’ palavra que liberta/ já dizia o profeta.”. E isso nos mostra que Edmund Burke – filósofo irlandês que viveu no século
XVI – estava certo quando afirmava que a arte é inerente ao homem, analisando sua missão de retratar e reinventar o mundo que o cerca por meio dela.

“Em geral, eu sinto que a arte se retroalimenta da sociedade, pois os rumos da arte seguem de acordo com as mudanças na sociedade e vice-versa.” – Clarissa Ribeiro

Milhares de anos já se passaram desde o início da sociedade e, até hoje, não existe uma definição concreta do que é arte, pois ela é um organismo vivo, em constante mudança, e está presente no mundo desde que o homem está nele. Para Leonardo de Mattos Neves, sócio do coletivo criativo I Hate Flash, que reúne artistas de várias vertentes, a arte é comunicação. “Representar uma história, uma sensação ou um sentimento subjetivo fisicamente em uma imagem, som, sabor, objeto. É trazer uma coisa de outra dimensão para a realidade material”, explica. Para Carolina de Souza Huller, de apenas 8 anos, a arte é tudo. “Eu vejo a arte em todo lugar, igual quando eu fui à praia: eu tive vontade de fazer uma história sobre ela, para não esquecer [minhas experiências], mas, quando eu leio livros, também tenho ideias para criar os meus próprios desenhos e histórias”, relata a pequena.

Pode parecer incomum trazer para essa discussão a opinião de uma criança, mas o ponto que deve ser observado é que a inocência e a falta de problematização ao redor da arte fazem com que a visão dela seja simples e muito mais clara do que a de quem já viveu por mais tempo. Quando questionada se é possível viver sem arte, outra aula: “Não tem como, pois sem ela, nós não seríamos criativos e não conseguiríamos resolver muitas coisas.” 

Escalada cromática, de Barbera van den Tempel (Foto: divulgação)

Seguindo o raciocínio de que a arte está em tudo, Lio Soares, do trio curitibano Tuyo – composto também por sua irmã Lay Soares e Jean Machado –, afirma que a arte está em nosso cotidiano, só que nós esquecemos ou somos ensinados a não perceber. “O bordado que a vizinha fez na almofada, a canção de ninar, o pagode do churrasco. Talvez, a ideia de que, para ter acesso, à arte seja preciso visitar museus, viajar para Europa ou pagar ingressos caros de shows internacionais – que é um movimento legal, sim, mas não é exclusivo, não pode ser excludente – acaba embaçando a nossa visão”, ressalta a cantora.

A construção do ser

A arte é reflexo da história e da cultura vivenciada por uma pessoa. A forma como um adulto entende a arte depende da observação, do questionamento e do acolhimento ao que é visto, ouvido ou sentido. Para a criança, essa manifestação é algo natural, em que ela não entende que está expressando suas vivências e seus sentimentos – mesmo que poucos ou não tão intensos – em uma expressão artística, seja uma pintura, um desenho, uma colagem ou o que quer que seja a forma escolhida por ela para ser a sua ponte de comunicação.

A arte, para os pequenos, é um impulso pelo qual eles podem expressar suas percepções de mundo, que ainda estão sendo construídas. A professora de artes do ensino fundamental, artista plástica e arteterapeuta Cibele Marion Sisti enfatiza que a arte precisa ser sentida e vivida. “Ao nascer, a criança é herdeira natural da cultura universal, ela se depara com a linguagem, com os objetos, com os signos da sociedade de sua época, ela recebe muitas informações do contexto em que está inserida”, explica ela.

É por meio da arte que as crianças começam a expressar seus sentimentos. Esse estímulo é importante para o desenvolvimento de diferentes aspectos durante seu crescimento – não só intelectual como motor, criativo, social e emocional. A artista plástica holandesa Barbera van den Tempel, radicada no Brasil desde 1983, após se casar com um brasileiro, conta que, na Europa, as aulas de artes são muito comuns em todas as escolas e que a arte faz, sim, parte do cotidiano. “No Brasil, isso é bem menos comum – e, consequentemente, a arte não tem a mesma presença na vida do brasileiro”, pondera.

“Ao nascer, a criança é herdeira natural da cultura universal, (…) ela recebe muitas informações do contexto em que está inserida.” – Cibele Marion Sisti

O filósofo Paulo Freire, considerado um dos maiores educadores brasileiros, entende que a relação entre a arte e a educação é algo contingente e necessário. Para ele, a própria educação é uma forma de arte, visto que ela é um ato de conhecer algo. A artista visual Livia Fontana é formada em Publicidade e, após trabalhar na área, percebeu que gostaria de se dedicar ao tema, pois sempre foi o que amou fazer. “A verdade é que sempre vivi a arte. Dançava e fotografava quando criança e sempre convivi com pinturas, de forma que o interesse foi se desenvolvendo naturalmente. Percebi que era algo potente como meio de me comunicar com o mundo”, conta a artista.

A arte acaba, portanto, representando a própria sociedade. O sócio do I Hate Flash acredita que o que é produzido é um reflexo dos anseios, dramas, alegrias, expectativas e desilusões de uma população em um determinado período. “A sociedade constrói cultura na rua, nas relações, no dia a dia, e a arte a representa”, enfatiza Neves. Clarissa Ribeiro, diretora, montadora e artista visual, entende que a arte na sociedade pode representar algo político, estético, geográfico, climático e o que mais se quiser, pois ela é infinita. “Em geral, eu sinto que a arte se retroalimenta da sociedade, pois os rumos dela seguem de acordo com as mudanças na sociedade e vice-versa”, explica Clarissa.

Maria Conceição Brenneisen Calberg é aposentada, foi dona de 11 bares de teatros de São Paulo nos anos 1990 e, por conta disso, afirma que uma sociedade sem cultura é uma sociedade sem vida. “A arte é uma ponte para o passado, o presente e o futuro. Ela ajuda a marcar o tempo e a construir a história para as gerações que estão por vir”, ressalta. Para que esse fluxo natural permaneça, é necessário fazer com que as pessoas continuem vendo valor na arte, mas não só nas grandes obras, de artistas consagrados, e, sim, na arte cotidiana. A base para isso é continuar incentivando as crianças com educação artística, fazendo com que elas abusem da criatividade para permanecer com um olhar sensível e apurado para as diferentes manifestações culturais que diariamente as impactam.

Para eternizar

A máxima “quem vive de passado é museu” é usada popularmente para se referir a pessoas que vivem presas ao passado, seja guardando objetos de estima ou revivendo memórias e experiências. Mas de onde veio isso? Bem, vamos começar com a etimologia da palavra “museu” e sua história. “Museu” vem de mouseion, que era o templo das musas, filhas do deus supremo Zeus com a Mnemosine, deusa da memória. Elas sempre foram descritas por intelectuais e artistas como fonte de inspiração, pois o templo possuía muitos objetos preciosos que eram oferecidos às divindades em sinal de agradecimento. “Dessa forma, todo local que tinha um determinado espaço com o intuito de preservar alguma memória ou conhecimento recebeu o nome de ‘museu’. O primeiro prédio a ganhar essa denominação foi a Biblioteca de Alexandria”, conta Vanessa Gonçalves de Vasconcelos Ohara, historiadora, museóloga e doutoranda de História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Quando a Biblioteca de Alexandria foi destruída em 640 d.C., todo o acervo cultural daquele povo foi perdido, pois todos os registros históricos estavam concentrados lá. Mas o que isso tem a ver com a arte? Os museus tornaram-se importantes locais de preservação da memória para a sociedade e, como a arte faz parte do cotidiano do homem, retratando suas experiências, ela passa também a conquistar espaço nesses locais de preservação. Atualmente, um museu é capaz de abrigar exposições e ser palco para peças de teatro e shows, sala de aula, local para desfiles de moda, congressos e tudo o que o espaço suportar, já que ele pulsa cultura.

“No momento atual que vivemos sem poder viajar ou sair de casa como antes, a arte pode nos distrair e trazer cor nas nossas vidas.” – Barbera van den Tempel

Devido ao isolamento social, essas formas de viver a arte, assim como tudo, também mudaram. Mas muitos museus e espaços de memória intensificaram seu conteúdo virtual, a fim de continuar propiciando conhecimento, alento e descontração, de maneira remota. O Museu Oscar Niemeyer (MON), por exemplo, um dos mais renomados do país, localizado em Curitiba, teve uma ótima resposta para às vivências e experiências oferecidas online. “No período de março a novembro de 2020, as atividades online realizadas pelo MON alcançaram mais de 5 milhões de visualizações nas redes sociais da instituição. Apenas as mediações e oficinas artísticas online alcançaram um público superior a um milhão de acessos. As tradicionais oficinas artísticas do MON, por exemplo, foram adaptadas para serem feitas a distância, com materiais simples, que geralmente as pessoas têm em casa”, relata Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.

A arte, muitas vezes, é vista como supérflua e quase sempre é limada de um planejamento financeiro, seja ele governamental ou domiciliar, quando as contas apertam. Porém, é importante ressaltar mais uma vez que ela é cotidiana. E a pandemia mostrou que, mesmo em momentos difíceis como este em que estamos vivendo, as pessoas não desistem de continuar em contato com a arte e tudo o que ela representa para a sociedade. “A música, o cinema e as artes visuais se fazem cada vez mais presentes no nosso cotidiano, como processos terapêuticos, inclusive”, relembra Clarissa.

PARA CONHECER

ESPAÇOS CULTURAIS EM CURITIBA

Museu Oscar Niemeyer
R. Marechal Hermes, 999,
Centro Cívico

Museu Oscar Niemeyer (Foto: Cesar Brustolin/SMCS)

Casa Hoffmann
R. Claudino dos Santos,
58, São Francisco

Casa Hoffmann (Foto: Cido Marques | divulgação)

Sesc Paço da Liberdade
Pça Generoso Marques,
189, Centro

Prédio do Paço da Liberdade (Foto: Ricardo Marajó/FAS)

Museu do Holocausto
Rua Cel. Agostinho
Macedo, 248 – Bom Retiro

Museu do Holocausto (Foto: divulgação)

Calçadão
Rua XV de Novembro,
Centro

Calçadão da Rua XV de Novembro (Foto: Daniel Castellano / SMCS)

O valor merecido

A valorização da arte como elemento necessário para a construção e a preservação do homem como personagem ativo da História faz com que ele mesmo sinta essa necessidade de buscar maneiras de manter-se envolvido culturalmente. No Brasil, essas diferenças culturais são muito amplas, visto que o país é enorme, de forma que é difícil condensar os mesmos costumes. “Com isso, acaba que a cultura conhecida fora do Brasil resume-se a futebol e Carnaval, sendo que o país é muito mais do que isso”, comenta Maria Conceição.

Para o muralista Eduardo Kobra, que tem obras espalhadas em 35 países, o Brasil tem museus, espaços culturais e exposições tão relevantes quanto os do restante do mundo. “A arte ferve, o país é muito rico culturalmente. Cada estado tem seus costumes, suas manifestações, seu folclore e sua arte, que são muito peculiares em cada pedaço do Brasil. A grande questão é a permissão e a entrada para que todos tenham acesso a isso, porque as periferias e as favelas pulsam cultura, mas o acesso desse pessoal aos estabelecimentos tradicionais de cultura é mais difícil, uma vez que a desigualdade social é gritante”, pontua ele.

É importante lembrar que a arte pode ser o filme ou a série a que você assistiu com a sua família no último final de semana, a música que está tocando nos seus fones de ouvido, o seu livro de poemas de cabeceira, a colagem que seu amigo lhe deu de presente e as diversas outras distrações que você tem na sua rotina, que não são valorizadas como deveriam. “No momento atual em que vivemos, sem poder viajar ou sair de casa como antes, a arte pode nos distrair e trazer cor para as nossas vidas”, pondera Barbera.

Existem museus no Brasil que fazem reflexões que, muitas vezes, a sociedade ainda não dá o devido valor. “O Museu do Amanhã, que fica no Rio de Janeiro, é um espaço que está ali pensando no futuro, tentando entender quais são as possibilidades que acontecerão nos próximos anos e muitas pessoas não entendem o que aquilo realmente representa”, comenta Vanessa.

Relatos de Quarentena | Tecnologias do Vislumbre, de Clarissa Ribeiro (Foto: divulgação)

O valor da arte não é mensurado apenas por seu valor financeiro. Ele é muito mais do que isso. É preciso colocar nessa conta o seu valor histórico e cultural para a humanidade. Livia acredita que uma das formas de valorizar mais a arte é aprender a senti-la de forma despretensiosa. “Frequentar exposições de amigos artistas, levar a família a museus, conversar sobre arte. Ensinar seus filhos que arte é importante para um mundo em constante evolução”, sugere.

Para alguns especialistas, é curioso que alguns artistas só acabem caindo nas graças do público após seu falecimento. E existem vários fatores que podem explicar o porquê disso. Clarissa acredita que isso pode ter a ver com questões de preconceito. “No Brasil, se pensarmos em casos como o de
Lima Barreto, que era um grande escritor, mas só teve suas obras reconhecidas após a sua morte, eu acredito que existiram fatores de racismo estrutural e precarização da vida devido à classe social, pois é difícil se estabelecer enquanto um artista e investir nisso como profissão quando se tem as demandas da vida batendo à sua porta”, comenta a artista visual.

Já Barbera traz em discussão que, após a morte, não há mais produção e, por isso, a valorização é diferente. “Por exemplo, o pintor holandês Johannes Vermeer, conhecido pela obra Menina com Brinco de Pérolas, fez poucas telas, pois demorava muito tempo para produzir e morreu muito cedo”, observa. “Isso fez com que sua arte atingisse um valor agregado, tanto por sua técnica como pela escassez de obras feitas por ele.”

Curitiba cultural

A capital do Paraná vem conquistando cada vez mais espaço no cenário cultural nacional como uma potência. Existem diversas iniciativas que levam a cidade para frente quando o assunto é arte. Festival de teatro, museus, diversos espaços culturais, cinema de rua, feirinhas, arquitetura, shows e tantas outras atrações. O MON, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer abriga, atualmente, referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além da mais significativa coleção asiática da América Latina. “No total, o acervo conta com aproximadamente 7 mil peças, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, sendo 17 mil metros quadrados de área para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina”, detalha Juliana.

Cidades menores tendem a ter menos opções de programas culturais e, muitas vezes, os que acontecem são de forma tímida, por conta da falta de recursos. Maria Terezinha Martins Salomon é arquiteta e urbanista e vive em Monte Sião, cidade no Sul de Minas Gerais conhecida por seu mercado de malhas. Lá, o acesso à arte e à cultura não é o mesmo que em grandes centros. “Quando vou para São Paulo ou Curitiba, fico fascinada com as opções de lazer que envolvem cultura e o quanto esses lugares possuem uma agenda que pauta as atrações, como viradas culturais, bienais e outros eventos que fomentam essa troca entre a arte, a população e a vida em sociedade”, relata. De fato, Curitiba ganhou um holofote maior devido aos filmes que usam a cidade como cenário. Alice Júnior, que está disponível na Netflix, foi um dos grandes destaques de 2020 e teve todas as cenas rodadas em Curitiba e Região Metropolitana.

“Com isso, acaba que a cultura conhecida fora do Brasil se resume em futebol e Carnaval, sendo que o país é muito mais do que isso.” – Maria Conceição Brenneisen Calberg

A comédia apresenta a história de uma jovem trans que investe seu tempo fazendo vídeos para o YouTube. Após seu pai ser transferido pela empresa em que trabalhava do Recife para Araucárias do Sul – uma cidade fictícia localizada na Região Metropolitana de Curitiba –, eles precisam se mudar e Alice enfrenta preconceitos por se deparar com uma sociedade mais retrógrada do que a que ela estava acostumada.

O diretor Gil Baroni afirma que o filme contou com recursos da Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual.
“A ambientação do filme se passava em uma cidade do interior do sul do Brasil. Mas, graças às mágicas cinematográficas, foi possível rodar aqui. Curitiba é uma cidade cheia de paradoxos, principalmente sociais e culturais. O que mais me inspira aqui são as pessoas que vão contra os preconceitos”, menciona Baroni.

Por mais difícil que o mundo esteja, que as notícias assustem e que a sociedade se perca, as necessidades em relação às artes permanecem. Ela é uma ponte segura entre passado, presente e futuro e sempre será um reflexo do cotidiano das pessoas que vivem em uma cidade, em um bairro, em uma rua e, agora isoladas, dentro de suas casas. Lio conclui que a arte é um dos alicerces fundamentais da vida em sociedade. “Se nada (música, filme, teatro, texto, etc.) nos provoca a repensar a própria existência, tudo o que funciona na base do abuso e da violência pode ser perpetuado sem obstáculo nenhum. A arte é o obstáculo do retrocesso”, finaliza a cantora.

Aperte o play na playlist especial TOPVIEW com artistas curitibanos: 

 

Confira a segunda parte da matéria principal: O obstáculo do retrocesso

Confira a terceira parte da matéria principal: O reflexo da vida nas ruas

*Matéria originalmente publicada na edição #246 da revista TOPVIEW. 

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