Marroquina por dois dias

15/08/2014

Hoje o diretor e roteirista Diogo dos Reis Ruiz, que foi para o Marrocos com a chef Joy Perine, do Zea Maïs, conta para a TOP VIEW como foram os dias em Dades, a principal etapa da viagem. Eles passaram cinco dias no Marrocos filmando a série Enjoy, uma imersão da chef em culturas gastronômicas exóticas. Os próximos episódios serão gravados em Japão, Peru, Vietnam, Índia e Rússia.

Joy com a família que a recebeu em Dades: hospitalidade.

“O ponto alto desse episódio Marrocos seria a imersão na cultura marroquina, quando a Joy fosse para Dades passar os dias junto a família que lhe aguardava.

As experiências que ela teve em Marrakesh eram suficientes para um bom episódio, mas a cereja do bolo estava nessa experiência. É algo que poucas pessoas conhecem, então tudo ali é muito novidade, tanto para a Joy como para o espectador. Viver como vivem, comer o que e como comem, esse era nosso norte. Aprender a fazer o legítimo cuscuz marroquino era uma das coisas que queria que ela experimentasse, mas a ideia era ir mais longe: comer no chão, com as mãos, participar da colheita de amêndoas, do preparo do almoço, a ida à feira, ou seja, todo o cotidiano daquele povo.

A chegada em Dades foi na madrugada, a casa tinha muito pouca luz, então até ela acordar tudo ali ainda era uma grande dúvida. Onde ela estava, como eram os integrantes da família (apenas o Ahmed foi nos buscar no aeroporto)… Quando ela acordou no dia seguinte, percebeu a oportunidade que estava vivendo.

No primeiro dia por lá, busquei trabalhar um pouco a questão da família, até porque era importante ela conhecer quem era cada um deles. Apresentações feitas, reconhecimento da casa, hora de por a mão na massa e preparar o almoço: um tajine de carne bovina. Foram as primeiras dicas sobre a culinária. Ela, como uma renomada chef, compreendia cada alimento e seu preparo. A disposição de todos para que aquele momento acontecesse, fez com que a língua não fosse uma barreira.

No dia seguinte cedo, a Joy teve a oportunidade de colher amêndoas – ela não sabia que isso estava programado e ficou muito empolgada. Ela ajudou na colheita, na separação e, é claro, provou o uso delas à noite, no preparo de um prato de arroz com legumes. E o interessante que essa oleaginosa é muito presente nos pratos dela aqui no Brasil.

Joy na colheita de amêndoas em Dades…

… e a surpresa no hotel, na volta de Dades: a sacola estourou e a mala ficou cheia de amêndoas.

No último dia, tínhamos o grand finale. Primeiramente conhecer o suk de Dades, que é a feira que acontece uma vez por semana e onde se vende de tudo. Lá foram comprados todos os ingredientes para um jantar à noite para toda a família e amigos da Fátima. A feira pode ter um episódio só pra ela, pois é uma loucura. De vendedores de armário a cabeças de boi. Um calor escaldante e negociação para toda e qualquer compra. O preparo do prato começou logo no início da tarde e teve a participação de uma cozinheira berber (povo nativo do Norte da África). O final dessa história logo mais vai estar no ar, vai ficar incrível!”