TOPVIEW

Explorando caminhos, por Yasmin Taketani

A nova editora da revista TOPVIEW conta como foi produzir a primeira edição nesta nova fase, com novo projeto gráfico e editorial

Em uma das entrevistas para esta edição, um personagem lembrou a pergunta que se fez quando soube que as enteadas estavam grávidas: “Como vou lidar com dois bebês se eu próprio não passei por essa experiência?”. Foi mais ou menos essa sensação que tive quando começamos a preparar esta edição, por não ter filhos nem mesmo convívio próximo com crianças ou adolescentes. Surgiram inúmeras dúvidas: desde como entrevistar uma menina de cinco anos, tratar de temas delicados sem expor as crianças e dar voz aos adolescentes até como o conteúdo poderia ser pertinente a pais, mães e leitores em geral.

Autonomia e independência são características que busquei desde a adolescência – e jurava tê-las conquistado ao deixar a casa dos pais. Mas especialmente no último mês encontrei orientação, conforto e a boa e velha ajuda para entrar nesse universo (principalmente da pessoa com que divido esta página) e sobre o que a TOPVIEW pode, quer e já começa a ser [do nosso incansável (mesmo!) publisher, Marcus Yabe]. Compreendi, enfim, que nada disso prejudica a tal autonomia. Soa um tanto óbvio, mas reforça o dito de que nunca se cessa de aprender.

Conhecer experiências de vida (de poucos ou muitos anos) e visões de mundo é, para mim, uma das melhores coisas do jornalismo. E ela foi intensa ao longo da produção desta edição, com a diversidade de ideias, idades, modos de vida e crenças que este número 201 traz. Sobre o personagem que não sabia se conseguiria lidar, inexperiente, com as netinhas: “Cuidando delas constatei que não é bem assim”, me disse. Explorar novos universos é o que faremos nas próximas edições.

[texto publicado originalmente na edição impressa número 201, julho de 2017]

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