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Era uma árvore muito engajada

Quem passa na frente do número 355 da Coronel Dulcídio, no Batel, se depara com uma visão intrigante: uma espécie de embrulho vermelho, no formato de árvore.

Lembra um presente de Natal, mas é um alerta para pensarmos nas muitas árvores centenárias que são cortadas diariamente no bairro. Sim, embaixo da capa vermelha há uma árvore. Seca, construída com galhos de diversas outras, mas protegida.

Árvore é protesto contra derrubadas no Batel
A árvore-alerta fica na fachada da galeria de arte ART/ARQ.
Tecidos e tricô já compuseram a árvore.
Montada com galhos secos, ela já recebeu outras intervenções.

 

Ela foi montada com galhos secos por Silvania Ceccatto, na fachada da sua galeria de arte ART/ARQ. O protesto mudo já teve outros formatos: tecidos estampados ou lisos amarrados no tronco da árvore e tricô para o inverno. Até chegar a este Natal com sua forma mais impactante.

Silvania conta que, num primeiro momento, a árvore pode até passar despercebida. “A relação com o público acontece através da forma da descoberta. Com a observação, ou seja, a percepção do que acontece, a ilusão proposta é revelada”, diz.

Conforme ela, os diálogos no campo da arte hoje acontecem pelo estranhamento. “Quando falamos em estranhamento não podemos levar ao sentido negativo da palavra. O estranhamento no campo artístico é tudo aquilo que foge ao cotidiano normal do dia a dia. Isso desperta o interesse do expectador, o questionamento e a descoberta”.

 

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