Homens e mulheres do amanhã
Filho não vem com um guia. Um dicionário. Ou botão de liga/desliga (embora, às vezes, gostaríamos!). Filhos são energia, almas vivas, pura essência. E não há um jeito certo ou errado de criá-los, pois tudo é experiência e aprendizado.
Não há pais que não sonhem em ver seus filhos felizes, seguros de si e criando asas. E, antes da educação escolar, é preciso que eles aprendam valores comunitários para levar à maturidade, afinal, fazemos parte de uma sociedade. A maior prova dessa necessidade é que nós, seres humanos, não nascemos sozinhos nem conseguimos sobreviver sem uma figura materna ou paterna, alguém que nos cuide. Antes de atingir a vida adulta, os filhos precisam aprender a viver sozinhos.
Cada cultura, país e etnia tem um modelo de educação familiar diferentes. Por exemplo, nas famílias tradicionais italianas, os filhos são incentivados a sempre permanecerem próximos dos pais e de suas raízes e até mesmo a morarem com o pai e a mãe até o casamento, ou mesmo se casarem e permanecerem dentro da mesma casa com o(a) companheiro(a). Já nos Estados Unidos, a independência é incentivada desde cedo, com muitos jovens indo estudar em outros estados durante o Ensino Superior e morando sozinhos ou com colegas de faculdade.
Contudo, independentemente da parte do mundo, há valores comuns universais que compartilhamos como seres humanos, pilares para a construção de uma boa educação familiar. Coisas imprescindíveis para criar adultos saudáveis e bem-resolvidos em um mundo que exigirá deles não só inteligência cognitiva como, também, cada vez mais, inteligência emocional.
Mais precisamente, há quatro pilares que devem estar presentes em qualquer casa, a começar pelo respeito. Crianças devem poder perguntar, questionar, discordar. Contudo, criar limites é a base para o amadurecimento. Respeitar o próximo é um exercício que deve ser para a vida toda, mas que começa logo cedo. Embora os pequenos esqueçam, – e precisamos, sim, relembrá-los sempre – pais, professores e avós são autoridades.
Honestidade é outro pilar que sustenta a educação. Ética e distinção entre o que é certo e errado são características que vão fazer seu filho refletir sobre suas escolhas no futuro. E lembre: eles percebem tudo! Não adianta seguir o “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. É preciso ser exemplo.
No que diz respeito à empatia, crianças com espírito solidário são a grande esperança para um mundo melhor. Ensine seus filhos a se preocuparem com os outros, a entenderem a dor do coleguinha. Mostre que nem todos têm as mesmas oportunidades que eles. Não os deixe se preocuparem com futilidades, como o tipo de cabelo, o peso ou a roupa dos outros. A solidariedade muda profundamente nossas relações.
Por fim, mas não mesmo importante, precisamos ensinar autonomia. Infelizmente, não vamos estar aqui para sempre e, quando nos formos, precisamos deixar filhos adultos independentes, capazes de realizar as coisas sozinhos, que fazem acontecer. Esse será nosso grande legado. Pais devem criar os filhos não para eles, mas para o mundo.
5 dicas para ensinar valores aos filhos:
- Mantenha sempre um canal aberto para diálogo.
- Planeja atividades familiares que envolvam regras.
- Mostre obras (livros, filmes, desenhos…) que tratem de valores humanos.
- Ensine-os a escolher o caminho correto não o mais fácil.
- Deixe-os aprenderem com os erros dele e dos outros.
Filmes para os pequenos que abordam os 4 pilares
RESPEITO:
Procurando Nemo
HONESTIDADE:
Pinóquio
SOLIDARIEDADE:
Extraordinário
AUTONOMIA:
Matilda
*Matéria originalmente publicada na edição #254 da revista TOPVIEW.