Síndrome de Burnout: como lidar com o estresse no ambiente de trabalho?
Aquele cansaço excessivo e o estresse prolongado no trabalho podem significar muito mais do que parecem. Recentemente, a síndrome de burnout – também chamada de síndrome do esgotamento profissional – foi incluída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na nova Classificação Internacional de Doenças (CID – 11). Segundo pesquisas da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil) de 2019, o burnout acomete cerca de 33 milhões de brasileiros.
A psicóloga Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano, explica que a síndrome de burnout pode ser fator para o desenvolvimento de casos mais graves: “A síndrome é um distúrbio psíquico relacionado à exaustão emocional, mental e física; em decorrência de estresse crônico no trabalho. Se não for tratada, pode abrir portas para quadros mais severos como a depressão crônica e ansiedade generalizada.”
A pandemia do novo coronavírus tornou ainda mais frequente a abordagem de temas relacionados à saúde mental no trabalho remoto. “Questões sobre a síndrome de burnout se intensificaram com o cenário da pandemia. Isso sem mencionar a ‘glamourização’ de uma vida ocupada demais, somada a eliminação dos limites entre vida pessoal e profissional no trabalho remoto. No dia a dia fica muito difícil de separar e se desligar das coisas”, conta a psicóloga.
Com base nisso, Sabrina Amaral elencou algumas medidas que podem ser incluídas na rotina para melhorar a relação com o trabalho:
Como saber se eu tenho síndrome de burnout?
Não existe um exame para detectar a Síndrome de Burnout, o diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica dos sintomas – você pode conhecer alguns deles clicando aqui. Testes de avaliação ajudam a pessoa que está em sofrimento a identificar os sinais e pedir ajuda, mas não substituem a avaliação profissional.
Como prevenir e tratar?
Aprender a lidar com o estresse no trabalho e buscar o aprimoramento da inteligência emocional é importante para o crescimento pessoal e profissional. Para isso, a especialista separou algumas dicas que vão ajudar na preservação da saúde mental de todos:
- Priorização de tarefas: priorizar tarefas separando aquilo que é urgente do importante, para fazer isso você pode contar com ferramentas como a Matriz de Eisenhower, que possibilita organizar as atividades de maneira mais visual evitando a sobrecarga de trabalho.
- Foco e concentração: aprender a se concentrar em uma determinada tarefa, minimizando as distrações, amplia suas capacidades cognitivas. E muitas vezes estes ‘ladrões de tempo’ são atividades relacionadas ao trabalho como responder e-mails, fazer pesquisas na internet, realizar telefonemas curtos, reuniões que você não precisava participar etc. A tríade do tempo é uma boa opção de ferramenta para ajudar.
- Dizer não sem culpa: geralmente, pessoas se sobrecarregam por dois motivos: ou por não reconhecerem seus próprios limites ou por não os respeitar dizendo não. A chave para conseguir cumprir esse passo é a comunicação não-violenta. Trata-se de uma ferramenta desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, que ajuda a identificar seus sentimentos e suas necessidades, bem como os das pessoas ao redor.
- Prática de autocuidado: atividades simples e prazerosas devem fazer parte da rotina para garantir qualidade de vida e equilíbrio. Por isso é importante cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, meditação, ter horários estabelecidos para uma rotina saudável, diminuir o perfeccionismo e a autocobrança, estabelecer momentos de lazer e relaxamento.
- Ajuda psicológica: a pessoa que sofre com burnout, comumente, acredita que precisa lidar com suas emoções sozinha, que precisa dar conta de tudo e que pedir ajuda é sinal de fracasso. Acontece que quanto mais ela se sobrecarrega, mais severo se torna o quadro abrindo portas para doenças físicas e mentais.
Em razão disso, ter o apoio de um psicólogo é fundamental! Seja através de uma terapia breve (presencial ou online), ou mesmo por meio de uma sessão de aconselhamento psicológico pontual. Às vezes poucas horas de terapia podem poupar meses de sofrimento desnecessários.
Por fim, lembre-se: burnout não é cansaço. Não banalize a situação! Trabalhe seu autoconhecimento, entenda que os erros fazem parte da vida e procure não se cobrar tanto. A vida é sobre 10% do que acontece com você e 90% de como você reage a isso.