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Prótese de membros: É possível fazer exercícios na academia?

Paratleta Daniel Silva prova que sim, e ainda traz medalha de ouro dos jogos parapan-americanos para Curitiba

“Perder um membro, definitivamente, não é fácil”, conta Daniel Silva. No ano 2000, com apenas 18 anos de idade, o curitibano sofreu um assalto e levou um tiro na perna direita. Dessa forma, depois de dias de internação, o membro precisou ser amputado por problemas circulatórios e colocou-se uma prótese de membros. Assim, apesar de toda dificuldade que um acidente como este traz, foi graças a ele que Daniel conheceu uma nova paixão: o vôlei sentado

Há 15 anos ele realizou um sonho de infância ao se tornar atleta e já acumulou diversos títulos. Foi quatro vezes campeão parapan-americano – nos jogos do Rio em 2007, México em 2011, Toronto em 2015, e o mais recente em Lima, em 2019. “Com certeza, boa parte do meu desempenho em quadra neste ano se deu pela preparação física que tive na academia”, comenta.

Assim, nem mesmo perder um membro é desculpa para deixar de fazer exercícios físicos hoje em dia. “Claro que existem limitações específicas em cada caso, mas aqui, utilizando a prótese, o Daniel consegue ter um desempenho normal, inclusive em aulas mais dinâmicas”, conta o instrutor da Bodytech Crystal, Thales Guimarães. A rotina de treinos do paratleta é fundamental para a preparação extra quadra, para ter força e resistência durante os jogos.

Daniel Silva faz musculação de três a quatro vezes por semana. (Foto: divulgação).

Hoje, Silva faz musculação de três a quatro vezes por semana, e de vez em quando ainda arrisca uma aula coletiva como o Peak 12. “O Daniel sempre ficava de olho na aula, que acontece no meio da sala de musculação, até que um dia topou experimentar. Ele fez burpees, exercícios de agilidade, elevação de joelho e até pulou corda!”, relata Guimarães. Silva utiliza uma prótese regular com uma capa adaptável desenvolvida pela Furf Design Studio para a marca carioca ID Ethnos, e adquirida pelo atleta por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude.

Nestes casos, o acompanhamento do professor é ainda mais importante, não só na hora de acompanhar a realização do exercício de forma segura, adaptando exercícios que sejam mais difíceis ou que possam estragar a prótese, mas principalmente não expondo o aluno frente à turma. “O importante é nunca excluir a pessoa da atividade física, e sim fazer com que ela se sinta parte do treino”, finaliza o instrutor.

Dessa forma, a principal dificuldade de uma pessoa amputada é ter a consciência corporal necessária para distribuir o peso de forma igual durante a atividade física. Tirando isso, o exercício só tem a acrescentar: fortalece a musculatura do corpo todo para proteger as articulações e melhora o equilíbrio, principalmente nos casos como o do paratleta, que passa grande parte do tempo sentado em quadra.

Além dos benefícios físicos, o esporte e o treinamento têm poder de resgatar a qualidade de vida de qualquer um. “A gente percebe a melhora na socialização, na autoconfiança e até no humor das pessoas com deficiência física que começam a se exercitar. Elas se sentem mais capazes e dispostas a ter uma vida normal e com saúde!”, finaliza Guimarães.

Por que uma capa de prótese de membros?

Segundo o atleta, a capa da prótese faz toda a diferença! Além de ser leve, de fácil instalação e remoção, ela funciona como uma roupa que pode ser trocada a cada dia. “A capa é muito bonita e possibilita ter um diferencial estético, seja usando bermuda ou calça, que não deixa a peça parecendo uma bandeira no mastro”, brinca Silva.

Aliás, Confete, como é chamada, é a primeira capa adaptável e colorida de prótese de perna produzida em massa no mundo. De acordo com os criadores, seu propósito é tanto funcional, para devolver o volume da perna, quanto emocional por incentivar a reabilitação e autoestima do amputado, a um custo bastante acessível. “A Confete é fabricada em massa em poliuretano para tornar o produto o mais econômico, adaptável e durável possível. Além disso, ela é recortável para facilmente se ajustar à altura do amputado e é desenhada para encaixar na grande maioria de combinações de próteses de joelho e pés”, explica o curitibano Maurício Noronha, um dos designers criadores.

Assim sendo, hoje, a Confete é comercializada em mais de 19 países. Por isso, além de estar entre as opções mais acessíveis, seu baixo custo se enquadra nos quesitos governamentais e agora ela também pode ser adquirida gratuitamente em qualquer lugar do Brasil, disponibilizada pelo SUS e INSS.

Serviço
Shopping Crystal – Comendador Araújo, 731 – Batel_ (41) 3222-5674
Segunda a sexta das 06h às 23h, sábados das 09h às 18h, domingos e feriados das 09h às 14h.

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