Meu Dog é TOP 2019: o legado de Lótus
Se você procurar “cão Lótus do BOPE” no Google, vai ver diversas matérias sobre o nosso perfilado. Ele ganhou reconhecimento pelos diversos casos que resolveu como cão farejador da Companhia de Operações com Cães — um dos 46 que atuam hoje em Curitiba. Aos oito anos, está prestes a se aposentar — e recebe aqui a homenagem pelos serviços prestados à sociedade nos últimos 12 meses. “Na votação de quem representaria os cães do BOPE, tivemos um consenso de que seria ele. As maiores apreensões foram com ele”, conta o soldado Charles, que o acompanhou na sessão de fotos.
No entanto, as fotos de Lótus sério e com postura rígida que estão na Internet atreladas às apreensões não representam sua amabilidade. Ele é tranquilo, dócil e quer carinho de todos que se aproximam — por mais que o soldado deixe claro que o ideal é que os cães só brinquem com os condutores. Lótus é exceção pois já está treinando seu sucessor no trabalho.
Sua entrada na companhia foi logo cedo, ainda filhote passou pelo treinamento e pela seleção com êxito — e, hoje, é considerado o melhor cão farejador da cidade. Os treinos servem para estimular o instinto de caça dos cachorros para que, no futuro, consigam canalizar para as atividades de faro.
Quando um cão da companhia se aposenta, quem tem preferência na adoção é seu condutor. No caso de Lótus, é o policial Alves, que o acompanha há anos. Em breve, “se tudo der certo”, ele vai viver em sua chácara — “ele já está com sua missão cumprida”, reforça. Esse papel é essencial para o desenvolvimento do animal na companhia, já que o condutor é quem cria uma ligação mais próxima — e afetiva — com ele. “Eu sempre brinco que ele já pagou a ração [que consome] há muito tempo, porque já achou toneladas de drogas”, conta Alves.
Engana-se quem pensa que eles não gostam de brincar. O desejo de receber o Kong, brinquedo preferido dos cães do BOPE, é que os motiva nas operações. Depois de cada apreensão, eles podem aproveitar a brincadeira. Outro momento comum na rotina de Lótus são as atividades físicas, especialmente a corrida. “Comecei a diminuir pela idade, mas ele corre tranquilamente 10km comigo”, conta Alves. “Todos ficam impressionados, ele é fora do normal mesmo.”
*Matéria originalmente publicada na edição 229 da revista TOPVIEW.