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Pandemia: casos aumentam e doações caem

Contribuições caem 90% e ONGs sofrem com a falta de recursos

As doações para o enfrentamento ao Covid-19 no país ultrapassaram R$ 6 bilhões, segundo levantamento da ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos). Com um total de 492.710 doadores, a Associação contabilizou o maior montante nos meses de abril e maio mas, no momento em que o mundo mais sofre com as consequências da doença, a arrecadação mostra sinais de queda. Em junho e julho, as doações caíram 90% em relação à média dos dois meses anteriores.

Até agora, a ABCR já mapeou mais de 500 campanhas que, juntas, representam mais de 30% do montante arrecadado (R$ 2,041 bilhões). A maior parte é proveniente de financiamentos coletivos de Organizações Sociais. No Paraná, só a campanha O Amor Contagia já levantou R$ 6,6 milhões e beneficiou mais de 60 instituições sociais e 24 hospitais. A maior campanha de arrecadação vigente no Estado do Paraná nasceu da união das promotorias de Justiça do Ministério Público do Paraná e Ministério Público do Trabalho que firmaram uma parceria com a UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a Funpar (Fundação de Apoio da UFPR). Logo em seguida se uniram ao grupo Instituto GRPCOM, Grupo Marista, PUCPR, Instituto Positivo, comissão do Terceiro Setor da OAB-PR e associações da sociedade civil organizadas com sede no Estado.

Mesmo com um recorde histórico de doações, o estudo “O impacto da Covid-19 nas organizações da sociedade civil brasileiras”, da Mobiliza e Reos Partners, mostra, porém, que 20% das instituições brasileiras estão sem fundos para manter projetos e dar continuidade às ações; 87% relataram ter toda ou parte de suas atividades principais interrompidas ou suspensas por conta da pandemia; e 73% disseram que houve queda significativa da captação de recursos no período.

No Paraná, os números são bem semelhantes: na pesquisa do Programa Impulso, de março de 2020, cerca de 70% das organizações sociais do estado apontaram que, se o cenário permanecesse inalterado, teriam que fechar as portas em poucos meses. Segundo a diretora do Instituto Positivo, Eliziane Gorniak, “o aumento das arrecadações durante a pandemia beneficiou a área da saúde, o que é natural, dado o contexto, mas seria importante os doadores não esquecerem das organizações sociais que, diante do isolamento social, estão perdendo dia a dia as suas fontes de renda, captados, por exemplo, em eventos beneficentes, bingos e bazares ou com a força de voluntários. Essas organizações atendem, na sua maioria, a população mais vulnerável do Estado. Não podemos falhar como sociedade no acolhimento e atendimento desse público”.

Os dados da ABCR confirmam a afirmação: 78% dos recursos arrecadados durante a pandemia são destinados à saúde, 17% à assistência social e 5% à educação. “Por isso, os recursos doados pelo Instituto Positivo à campanha O Amor Contagia, que totalizam R$ 465 mil, foram destinados integralmente ao suporte às organizações sociais e suas necessidades”, ressalta Eliziane.

Triste Realidade

Uma das instituições afetadas pela queda de doações foi o Instituto Futebol de Rua, que registrou a redução nas contribuições para a campanha Virando o Jogo, lançada em abril para arrecadar mantimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social. “Contamos com o apoio de diversos jogadores de futebol e personalidades do esporte para divulgar essa ação, mas, com o passar dos meses, as doações foram diminuindo e chegamos a passar semanas sem contribuições. Isso afeta diretamente o trabalho do Instituto, pois temos uma lista de famílias que contam com o nosso apoio para superar esse momento”, explica o fundador do Instituto, Alceu Natal Neto.

Responsabilidade social nas empresas

Uma pesquisa realizada em maio pela Central Press com 270 executivos paranaenses revelou que, mesmo 49% deles relatando queda de 50% a 100% no faturamento da empresa, 35% das organizações ampliaram as doações e projetos sociais por conta da pandemia. Para a diretora do Instituto Positivo, Eliziane Gorniak, o momento fez as empresas se atentarem à responsabilidade social – e essa atitude veio para ficar. “Não apenas por incentivos fiscais mas, por que não utilizar os recursos internos para mobilizar a rede de relacionamento da empresa? Considerando o momento excepcional trazido pela pandemia e a repercussão na saúde das empresas, é preciso pensar em diferentes formas de contribuir com as necessidades da comunidade, por exemplo, por que não convidar colaboradores, fornecedores e clientes a se engajarem com as causas sociais? Ao fazer a informação circular, a empresa estará ajudando a construir um coletivo de apoio, o que aumentará as chances de crescer a rede de doadores. Cada um avaliará as suas próprias condições de doação e, o melhor, mais pessoas poderão ser beneficiadas”, afirma.

O relatório especial do Edelman Trust Barometer 2020: Confiança nas Marcas, que ouviu mais de 22 mil pessoas, em 11 países, entre o fim de maio e o início de junho, revelou que, para 69% dos brasileiros, tão importante quanto o produto ou o serviço é a forma das marcas contarem o que estão fazendo para ajudar o próximo e a empatia dos porta-vozes. Ou seja, os consumidores, mais do que nunca, estão atentos às marcas e isso tem incentivado ainda mais as empresas a assumirem e a divulgarem claramente seus compromissos sociais.

Como doar

Empresas, pessoas físicas e organizações podem contribuir para a campanha O Amor Contagia via depósito bancário – tanto para o fundo de apoio à área da saúde, quanto para o de iniciativas sociais. As doações são feitas de forma direta e não podem ser abatidas do cálculo do Imposto de Renda. Aqueles que quiserem contribuir, podem fazer depósito ou transferência para as seguintes contas:

Quero doar para a área Social

FUNPAR – CNPJ 78.350.188.0001-95

Banco ITAÚ – 341

Agência: 4012

Conta Corrente: 43151-8

Quero doar para a área de saúde

FUNPAR – CNPJ 78.350.188.0001-95

Banco ITAÚ – 341

Agência: 4012

Conta Corrente: 43150-0

Os recursos dos fundos são administrados por um comitê gestor que fiscaliza a destinação das doações. A prestação de contas para a sociedade é feita em tempo real e com fácil acesso pelo site da Funpar. Para saber mais detalhes sobre a campanha acesse o site.

Para receber os recursos

A inscrição de novas instituições que desejam receber recursos pode ser feita por meio do página oficial da campanha, no site da Funpar. Todas as solicitações enviadas são analisadas por um comitê técnico.

Campanha Virando o Jogo

A campanha Virando o Jogo, do Instituto Futebol de Rua, também está arrecadando doações em dinheiro para reverter em cestas básicas que serão distribuídas para famílias em situação de vulnerabilidade social. A conta bancária para a contribuição é:

Instituto Futebol de Rua

CNPJ 08.607.847/0001-40

Banco do Brasil
Agência 1518-0
Conta Corrente 28234-0

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