Artigo: Treinar em jejum faz bem? Descubra os prós e contras dessa técnica
Por: Hapvida Saúde
Início de ano, academias lotadas e o que muita gente tem em mente é o famoso “Projeto Carnaval”. Nesse cenário de busca, principalmente, pela perda de peso e pela tonificação muscular, alguns praticantes de atividade física lançam mão das mais diversas estratégias. Uma delas tem criado polêmica e dividido opiniões: a moda do treino em jejum.
“Eu adoro treinar sem ingerir nenhuma comida, não sei tecnicamente a razão, mas sinto uma energia incrível no meio do treino, mesmo sem ter comido nada antes”, revelou a jornalista e atleta amadora Auryanne Queiroz, que tem 36 anos e há pouco menos de dois se dedica a esportes como a corrida rústica.
De acordo com a nutróloga e cardiologista Sílvia Souza, do Hapvida Saúde, visando a melhora da performance atlética, o treino aeróbico em jejum acaba utilizando a chamada biogênese mitocondrial, que costuma dar uma resposta energética melhor. “Esse tipo de prática deve ser muito bem orientada e acompanhada, pois não é qualquer pessoa, ainda que seja um atleta de alta performance e com anos de experiência, que consegue realizar um treino em jejum. Isso varia de uma pessoa para outra. Além disso, quando utilizada, essa estratégia deve ser adotada em treinamentos mais curtos, durante a semana, pois treinos mais longos, que ocorrem, em geral, nos fins de semana, precisam ser precedidos pela ingestão do carboidrato em conjunto com a proteína antes”, explica a especialista.
Um detalhe importante é manter a rotina de consultas e exames em dia, pois quem tem baixas de açúcar no organismo pode ter quadros de hipoglicemia durante um treino em jejum e acabar desenvolvendo sérios problemas de saúde. “O organismo já desperta de uma longa temporada em jejum durante o sono, e os riscos de quadros como hipoglicemia – baixos índices de açúcar no sangue – são maiores”, pontua a nutróloga.
Já quem tem o objetivo de perder peso deve lembrar de uma regrinha simples para chegar aonde deseja: segundo a médica Sílvia Souza, o que faz a grande diferença para se queimar gordura corporal é a ingestão calórica associada ao gasto energético. Se você faz atividade aeróbica em jejum, mas depois ingere mais calorias do que o que você gasta ao longo do dia, não haverá perda de gordura”, lembra.
Musculação
Agora se você estiver, literalmente, correndo para garantir um tônus muscular melhor, nem pense em fazer o seu treino em jejum. “Para conseguir esse objetivo, precisamos do estímulo da síntese proteica, que só é possível pela alimentação. Preferencialmente, deve-se ingerir alimentos ricos em proteína de alto valor biológico. Não faça musculação em jejum!”, orienta Sílvia.
Mas, então, o que comer antes da musculação? “Prefira ingerir carboidratos, que acabam sendo nutrientes energéticos, pois você vai precisar de energia para esse treino; e, em conjunto, algum alimento que seja fonte de proteína”, indica a nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição na Faculdade Estácio São Luís, Monique Nogueira. A especialista dá dicas de como se alimentar antes dos treinos de musculação:
“Se você tiver um espaço de tempo, de aproximadamente 2 horas entre a alimentação e o treino, você pode comer uma omelete acompanhada de mandioca ou batata doce, que são fontes de carboidratos, e a proteína animal pode vir de uma carne branca ou vermelha sem gordura. Pessoas vegetarianas devem buscar alternativas para ser o componente proteico”, aponta Monique.
A nutricionista também orienta quem treina logo assim que acorda, ao amanhecer. “Nesse cenário, a opção mais interessante é ingerir um shake proteico de rápida absorção, em conjunto com uma fonte de carboidrato, que pode uma mistura de banana com aveia”, recomenda.