Entenda as diferenças entre o perfil do viajante brasileiro e europeu
Com a retomada do turismo náutico no Brasil, começamos a observar como foi o verão europeu, referência para a nossa temporada. Segundo dados da Click & Boat e Nautal, empresas líderes no setor de turismo, as reservas de barcos para navegar na Espanha aumentaram 55% durante os meses de julho e agosto de 2020, em relação ao ano anterior, em termos de clientes espanhóis. Mas é importante perceber que o perfil do viajante europeu é bem diferente do brasileiro, bem como sua cultura em relação ao turismo náutico.
Pensando na importância em entendermos o mercado, Kimberly Abad, Marketing Manager Brazil da Nautal, marketplace que conecta proprietários de embarcações a viajantes em busca de experiências marítimas, traçou as principais diferenças entre os dois perfis de turistas.
Antecedência das reservas: O europeu costuma fazer suas reservas com antecedências, aproveitando assim descontos Early Booking (Reserva Antecipada) e mais opções de barcos disponíveis. Já o brasileiro, pesquisa antes, mas fecha a viagem em cima da hora.
Embarcações mais populares: Os tipos de barcos favoritos na Europa são os barcos a motor e à vela. Enquanto no Brasil, são as lanchas e catamarãs que fazem mais sucesso.
Inclusão de marinheiro: No Brasil, é comum o aluguel de barco com marinheiro incluído, profissional que se responsabilizará de toda a parte técnica da navegação. Já na Europa, é normal o aluguel sem marinheiro, já que possuem um outro tipo de embarcação: os barcos sem licença.
Locais mais visitados: Os turistas brasileiros aproveitam bastante seu território, fomentando o mercado local, principalmente, nas regiões de Angra dos Reis (RJ), Guarujá (SP), Ubatuba (SP), Brasília e Salvador (BA). Já os europeus, buscam explorar os países vizinhos com maior número de visitas nas ilhas Baleares (Espanha), Sardenha (Mediterrâneo), Sicília (Itália), as Ilhas Gregas, a Costa Azul (França), Croácia, entre outros.
Duração do aluguel: Na Europa é muito comum o week charter, ou seja, aluguel de embarcações por uma semana ou mais, com hospedagem em alto mar. Enquanto no Brasil, os viajantes costumam fazer aluguel de day charter, durante algumas horas ou no máximo pernoite de um dia para outro (2 dias).
Segundo Abad, o week charter no Brasil ainda não começou a ser aderido por ser uma atividade pouco conhecida. “Acreditamos que, para que o week charter seja popular no Brasil assim como na Europa, os brasileiros precisam se familiarizar com a ideia de hospedagem em alto mar e sanar suas dúvidas em relação à modalidade. Por exemplo, o barco não necessariamente precisa pernoitar no Porto. Outro ponto importante a ser levado em conta é que alugando uma embarcação por uma semana, você juntará o valor normalmente gasto em hotéis e locomoção”, explica.