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Nova tendência imobiliária: como funciona o conceito de terceira residência em destinos paradisíacos

CEO da Bossa Nova Sotheby's revela mudança de comportamento de investidores que agora buscam propriedades no Nordeste e impulsionam o mercado de locação de imóveis

Durante a pandemia, o mercado imobiliário assistiu os compradores e investidores transitarem dentro do setor chamado de ‘segunda residência’. Esse conceito se aplica às propriedades de campo, no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro, que possuem de 800 a 1.200 mil m² e servem como um paradeiro de final de semana para aproveitar com a família e amigos.

Dois anos após o isolamento, a Bossa Nova Sotheby’s mapeou o comportamento desses mesmos compradores e investidores, e criou o conceito de ‘terceira residência’, uma abordagem onde os proprietários investem em locais paradisíacos para desfrutar com frequência reduzida e transformar a propriedade em um lugar para locação de luxo. 

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Essas residências se encontram em destinos já consolidados, como Trancoso, assim como em locais mais exóticos, como Alter do Chão, no Pará, e São Miguel dos Milagres, em Alagoas. “O investimento varia de acordo com a região e o tipo de produto, mas o charme rústico e a simplicidade dos materiais de construção são características marcantes, o que contribui para uma redução nos custos de desenvolvimento”, explica Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s.

Para Romero, o Nordeste brasileiro é especialmente favorecido por esse conceito devido às suas praias paradisíacas e ao estilo rústico-chique que atrai tanto investidores, quanto turistas. Segundo o CEO, a procura por esses destinos tem crescido significativamente, especialmente após a pandemia, com um aumento estimado de 25% ao ano. Durante o ano de 2024, a Bossa Nova Sotheby’s terá uma cadeia de lançamentos nessas regiões com a chegada do Grupo Carnaúba como novo parceiro da imobiliária, para um projeto na praia do Preá, no Ceará, e outros empreendimentos ao longo do ano.

Em destinos com vistas para o mar, Romero aponta que o valor do investimento é ainda mais elevado devido à exclusividade e à complexidade do processo de desenvolvimento imobiliário. “Os ciclos de desenvolvimento nessas regiões podem levar de 5 a 10 anos para serem concluídos. Quanto mais sofisticado o desenvolvimento, maior o valor do terreno, podendo alcançar até 2.600 reais por metro quadrado”, diz.

A construção das residências segue um padrão artesanal, com materiais simples, mas de alta qualidade, resultando em custos de construção que chegam a 10.000 reais por metro quadrado em certos condomínios. Essas propriedades, voltadas principalmente para a praia, oferecem a possibilidade de locação durante as férias e feriados específicos, o que as torna atrativas para o conceito de terceira residência.

Esses empreendimentos oferecem uma estrutura mais compacta e flexível, com serviços de hotelaria complementares, possibilitando viagens mais confortáveis que podem ser compartilhadas entre várias pessoas, além de servirem como uma vitrine para o turismo internacional. “A infraestrutura e os serviços são aspectos fundamentais nesses condomínios, pois as residências são utilizadas apenas algumas vezes ao ano pelo proprietário e colocadas para aluguel, o que exige uma manutenção constante para proporcionar uma experiência de hospedagem semelhante à de um hotel de alto padrão”, finaliza o CEO.

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