Encontrar um novo lar é tão bom quanto voltar ao de origem
“Última chamada para o voo”.“Bem vindo ao hotel, seu quarto fica no segundo andar”. Essa sempre foi minha rotina, com diversas viagens a trabalho. Mas além de mim, muitos executivos também viviam em aviões e hotéis até a chegada da pandemia de Covid-19.
Durante minha carreira profissional, morei em 11 países. Desde que saí da Alemanha, onde nasci, vivi diferentes experiências, culturas e rotinas. Mas sempre tive uma sensação especial em voltar ao Brasil e me sentir em “casa”, após ter morado aqui em um período da minha adolescência. Neste país pude conciliar minha maior motivação – que é a forma da vida brasileira e o trabalho, com outras paixões, como os cavalos, a música e a diversidade cultural. Percebo que o Brasil me conecta com minha juventude e traz à tona memórias importantes sobre minha vida, por isso me identifico tanto com esse país.
Além disso, para me sentir em casa, optei por sempre levar comigo móveis e objetos que tinham um significado em minha vida. Isso faz com que, mesmo em outra casa ou outro ambiente eu me sinta em um lugar já conhecido, além de dar conforto e aconchego para minha família.
Não podemos nos esquecer que o lar é onde recarregamos as energias, criamos novas memórias e onde relaxamos para desconectar das responsabilidades do dia a dia.
Para alguns, viajar é sinônimo de relaxamento, mas, para mim, sempre foi o oposto. Ficar em casa significa estar ao lado de quem amo e aproveitar o tempo para descansar e fazer aquilo que gosto.
E nessa busca por um lar, as empresas são essenciais. Grande parte de nós passa mais tempo no local de trabalho do que em casa e, por isso, todos precisam de uma recepção leve e acolhedora, principalmente nesses momentos de mudanças. É essencial que, durante uma transição, os gestores das empresas entendam o momento pelo qual o colaborador irá passar e ofereçam auxílio. Assim como eu tive pessoas que me ajudaram a passar por essas experiências de forma positiva, hoje me coloco à disposição para ser um apoio para quem também irá viver esse desafio.
Com o apoio daqueles que vivem e trabalham ao nosso lado, é possível manter os pilares da vida social e familiar em pé e sustentar as turbulências de uma mudança. Desde que tenhamos suporte, no meu caso, meu pilar principal é a minha esposa, jamais perderemos nossas referências.
*Coluna originalmente publicada na edição #248 da revista TOPVIEW.