Carreira no agronegócio
Quando avaliamos os dados da economia e do mercado de trabalho brasileiro, podemos perceber claramente a força do agronegócio no país. O setor é responsável por empregar cerca de 19 milhões de pessoas e gerar cerca de 26% do PIB brasileiro (aproximadamente R$ 2 trilhões em 2020), esses dados também refletem no Paraná, pois o estado se destaca neste setor.
Para falar sobre Gestão e Carreira no Agronegócio, convidei a Adriana Dalla Nora, Executiva de Desenvolvimento Organizacional da Castrolanda, cooperativa que atua no Paraná e que conta com cerca de 3.600 funcionários diretos.
Como você vê o tema gestão e carreira dentro desse setor de atuação? O agronegócio tem se figurado como principal expoente na economia nacional. E, esses resultados trazem grandes responsabilidades. Para despontar no setor, as empresas têm cobrado cada vez mais de seus profissionais quanto à formação e competências comportamentais. Ter conhecimento complementar, em especial nas áreas de tecnologia, inovação e sustentabilidade, passa a ser requisito obrigatório para evoluir no setor.
É muito interessante ouvir você trazer que tecnologia e inovação são conhecimentos obrigatórios para esse setor, pode falar mais sobre isso? Tecnologia é o básico. Hoje, o campo está mais digitalizado do que nunca e as empresas buscam profissionais que ofereçam soluções para diminuir custos e aumentar a produção de maneira inteligente. O setor demanda resultados práticos para o mercado. Neste contexto, o agronegócio exige profissionais cada vez mais ágeis e conectados. Queremos soluções inteligentes e sustentáveis, inovar com produtos e serviços. Mais do que uma necessidade, interligar diferentes dispositivos se tornou uma necessidade no setor. A inovação garante espaço no campo em uma escalada cada vez mais robusta e se torna obrigatória em ritmo mais acelerado do que nunca. Precisamos trabalhar cada vez mais com dados, indicadores, projeções. Profissionais com especialização nas áreas de matemática e estatística são peças importantes neste meio.
Uma das maiores preocupações do mundo e dos negócios hoje em dia é com a sustentabilidade, como você vê isso aplicado ao agronegócio? Se tecnologia e inovação são dois pontos para administrar bem um negócio no agro hoje, o outro certamente é sustentabilidade. Se olharmos como pensam as principais lideranças do setor, não há como produzir e abastecer o mundo se isso não estiver associado à sustentabilidade ambiental, econômica e social. Para garantir o desenvolvimento contínuo de habilidades, miramos profissionais que executam um papel de transformação, que utilizam técnicas inovadoras e sustentáveis, em uma busca constante por uma melhor produtividade.
No seu ponto de vista, quais são as competências do futuro para quem quiser empreender ou desenvolver uma carreira no agro? Por ser um segmento tão forte no Brasil e no mundo, o agro demanda dos seus atores principais um perfil igualmente forte, por isso, o profissional precisa estar preparado para suprir este patamar. Para as empresas, quanto mais conhecimentos o profissional englobar, mais valioso ele é. Dessa forma, o setor tem assumido discussões cada vez mais profundas, onde o conhecimento técnico se mostra tão relevante. Por isso, investimos em profissionais que proporcionam um olhar crítico sobre a dinâmica dos processos agrícolas e do mercado. Valorizamos experiências em diversos campos de conhecimento que possam contribuir com nossos processos internos. Buscamos a excelência a todo momento.
*Coluna originalmente publicada na edição #248 da revista TOPVIEW.