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BEAUTY TECH: Creamy em parceria com a UFPR recria pele humana para teste de produtos

Produzida inteiramente no Brasil, a tecnologia da pele recriada ajuda a avaliar novos ativos, considerando testes e garantia de eficácia

O Brasil é o quarto colocado no ranking global das vendas de cosméticos, setor no qual um dos seus principais representantes no País é a Creamy, referência em autocuidado e dermocosméticos de alta performance, segundo o Euromonitor International.

Visando impulsionar o segmento ainda mais e revolucionar os testes de segurança e eficácia de produtos da categoria, a empresa desenvolveu uma tecnologia de pele humana equivalente, em parceria com o Laboratório de Bioensaios de Segurança e Eficácia de Produtos Cosméticos (LABSEC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A parceria busca aprimorar os insumos para a criação de produtos ainda mais eficazes para o tratamento dermocosmético, o que trará benefícios cada vez melhores para os consumidores.

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Sem empregar animais como cobaias, o modelo de bioimpressão 3D é capaz de simular fielmente as camadas da derme (parte mais interna da pele) e epiderme (parte mais externa). O processo de desenvolvimento acontece de forma similar a uma impressora, a partir da obtenção das células presentes em cada uma delas (fibroblastos e queratinócitos, respectivamente) por meio de cirurgias plásticas, as quais são cultivadas em laboratório. 

(Foto: divulgação)

Com isso, os cientistas podem realizar uma avaliação precisa e testes diversos para garantir o melhor desempenho de cada produto, estudando a fundo, por exemplo, a atividade anti-aging da pele, além de testar novos ativos e ingredientes e com previsão de uso para a fabricação dos produtos da Creamy até 2025.

Embora as práticas de testagem em animais sejam proibidas no Brasil desde março deste ano – quando o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) emitiu uma resolução vetando o uso de animais em pesquisas, desenvolvimento e controle de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes – há marcas que ainda não se enquadram como cruelty-free.

Neste sentido, de acordo com a professora e doutora em Ciências Farmacêuticas Daniela Maluf, que liderou o projeto ao lado do também professor e doutor da universidade Rodrigo Krebs, o objetivo da iniciativa é o de fornecer soluções mais éticas, seguras e alinhadas às demandas dos consumidores, potencializando a inovação no segmento. “A tecnologia de pele humana equivalente está se destacando tanto no Brasil quanto no mundo, oferecendo benefícios significativos. A grande vantagem é poder representar fielmente estas duas camadas de células, de forma idêntica à pele humana in vivo. A partir do momento que se desenvolve e valida um modelo próprio, podem-se realizar os ensaios de segurança e eficácia exigidos pela legislação, sem utilizar animais”, afirma.

O CPO da Creamy, Dr. Luiz Romancini, também ressalta que parcerias entre empresas e universidades vêm contribuindo para o aprimoramento do processo de testagem de ativos e produtos, e que também está nos planos da companhia, para 2025, a adoção de um modelo de pele equivalente produzido in house.

“Valorizamos profundamente a inovação e o avanço tecnológico no nosso setor. O desenvolvimento do modelo de pele humana equivalente é um reflexo do compromisso que temos com a excelência e acreditamos que é nosso dever buscar alternativas éticas e eficientes para o teste de produtos. É uma grande satisfação podermos liderar uma mudança tão importante no mercado”, diz.

(Foto: divulgação)

Com a expectativa de ser finalizado em dois anos, o projeto prevê a  validação do modelo in house segundo o Centro Brasileiro para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM) após a sua conclusão. Com isso, será possível escalonar essa tecnologia, uma vez que as células, ao serem cultivadas em laboratório, continuam a proliferar durante um período específico. Indo além, essas células podem ser congeladas para fabricar posteriormente, em um momento adequado, a pele humana equivalente.

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