ESTILO VIAGEM

Atacama: aventura, natureza e cenários de cinema

O Atacama está longe, muito longe de se limitar às paisagens áridas que o inconsciente coletivo costuma associar ao deserto mais seco do mundo. Existe, sim, uma área bastante expressiva de dunas douradas nos idolatrados — e muy visitados — vales da morte e da lua — é tanta areia e tanto surrealismo que se tornou inevitável o uso do espaço para gravações de filmes e documentários como 007, Diários de Motocicleta, Nostalgia da Luz e Os últimos dias em Marte (o lugar realmente se assemelha a um pedaço de Marte na Terra!).

(Foto: Camila Neves)

 

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Mas há muito mais a ser explorado pelos produtores de conteúdo que escolhem o norte do Chile como locação: salares, gêiseres, vulcões, cânyons e uma estonteante cordilheira de 8.000 quilômetros fazem parte do pacote turístico minuciosamente (e literalmente) preparado nos céus — este, aliás, é um capítulo à parte. De chorar. Tão perfeito que astrônomos de todo o mundo são ali convocados a observar as estrelas e, de quebra, buscar vida em outras galáxias. A falta de umidade inibe a formação de nuvens, o que facilita os estudos.

(Foto: Camila Neves)

Existindo ou não extraterrestres, é incontestável que todo ser humano deve ir ao Atacama pelo menos uma vez na vida. As infinitas possibilidades de passeios são proporcionais à quantidade de vezes que um mortal pode se surpreender no destino. Ideal mesmo é visitar tudo aos poucos e sem pressa, para não perder o fôlego, e com base na vila de San Pedro de Atacama para dormir e descansar entre os passeios (a fatiga é normal por causa da altitude).

 
 
 
 
 
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É o tipo de destino onde a hospedagem faz total diferença, portanto optar por um serviço cinco estrelas como o do Nayara Alto Atacama, de preferência na opção full board, que inclui absolutamente tudo, vai, sim, deixar a experiência muito mais incrível. Destaque para a parrillada (o equivalente ao nosso churrasco) de sábado e para os guias locais que conduzem e ensinam da forma mais fascinante possível. Tem ainda o quarto com vista que mais parece quadro e chuveiro externo, para se maravilhar com o céu enquanto toma banho. E as lhamas da propriedade, que ficam soltas em um espaço amplo e adoram entreter turistas de todas as idades, inclusive crianças.

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Na Mala

(Foto: Camila Neves)

Intercale roupas frescas e pesadas, de preferência confortáveis, já que o deserto sofre com inversões térmicas bruscas (a temperatura varia entre menos de 0ºC e 40ºC!). Beachwear é bastante útil para quem se aventurar nas águas congelantes da Laguna Cejar, ou quentinhas das Termas de Puritama. Hidratante facial e corporal, lipbalm e colírio são obrigatórios por conta da secura do ar (peça ao concierge do Nayara Alto Atacama umidificador no quarto, faz toda a diferença!).

(Foto: Camila Neves)

OS PASSEIOS MAIS LEGAIS DO ATACAMA: Confira todas as opções a seguir que estão incluídas na programação diária do Nayara Alto Atacama.

Valle de La Muerte

Dá para ir a pé, de bicicleta ou de carro – em todos os casos, não se esqueça de passar filtro solar, usar boné, óculos e levar bastante água. Tirar foto na Piedra Del Coyote no meio do caminho é obrigatório. Para chegar ao topo do vale, um pequeno esforço: é preciso caminhar morro acima, por vinte minutos. A paisagem recompensa: é emocionante avistar o abismo com terra árida, terreno alaranjado e irregular, rochas avermelhadas e dunas douradas, quase como se você tivesse em Marte (é tão real que a NASA usa o local para testar veículos espaciais que serão enviados ao planeta vermelho).

(Foto: Camila Neves)

Valle de La Luna

A 2.400 metros de altitude e 17 quilômetros do centro de San Pedro, o Valle de La Luna só pode ser obra de Deus: a paisagem com diferentes formações rochosas de origem salina, desenhadas pela erosão do tempo e pela mudança brusca de temperatura é realmente impressionante. Não vá embora até que o sol dê lugar à lua.

 

Tour Astronômico

Acontece diariamente, mas pode ser cancelado se as condições climáticas não estiverem favoráveis. Confirme o passeio para o mesmo dia. É como estar no planetário, mas a céu aberto. A observação acontece a olho nu e por meio de telescópios. O passeio acontece durante a noite, portanto vá com roupas quentes para não passar frio.

(Foto: Camila Neves)

Salar de Tara

Localizado a 4.400 metros acima do nível do mar. Tontura, falta de ar, dor de cabeça e outros efeitos colaterais do recorrente soroche, ou mal da montanha, podem ser amenizados – ou até evitados – com chá de coca e ingestão de muito líquido. Como o passeio não exige esforço, é raro acontecer algo grave. Você pode chegar ao destino de duas formas: com excursões ou com carro alugado a aproximadamente 75 mil pesos (120 dólares). Não é recomendado fazer a rota sozinha, já que a tecnologia pode te deixar na mão e a sinalização dos 140 quilômetros de estrada, em pleno deserto, não é das melhores. Ir com guia é mais prático, seguro e confortável: ele conhece o lugar na palma das mãos, possui tanques de oxigênio para quem não se sentir bem e ainda disponibiliza almoço para todo mundo. A ida já é um espetáculo: um mix de deserto, vulcões e cordilheira por todos os lados. Vicunhas e lhamas livres e selvagens transitam livremente pelo caminho. Destaque para as rochas verticais solitárias Monges de Pacana, as pedras esculpidas naturalmente Catedrais de Tara e, claro, o salar repleto de flamingos.

(Foto: Camila Neves)

Gêiseres El Tatio

Quatro da manhã. É esse o horário de saída da excursão que leva até os Gêiseres El Tatio, localizado a quase 100 quilômetros de San Pedro. Vá preparado para um frio abaixo de zero, inclusive no verão. Apesar de estar o tempo todo em atividade, o vapor do campo geotérmico fica mais evidente, do tipo cinematográfico mesmo, bem cedinho. Os rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes e jorram os tais jatos d’água. À medida que o sol aparece, a temperatura ambiente começa a subir e a atração perde o fator “uau”.

(Foto: Camila Neves)

Laguna Cejar

Mais salgada do que o Mar Morto e não te deixa afundar. O sal também marca presença em toda margem da lagoa. Ao redor, uma cadeia de vulcões imponentes e grandiosos. Vá munido de roupa de banho e toalha, porque a diversão aqui é entrar na água. Para tirar as camadas de sal grosso do corpo, é indispensável um banho de água doce… a baldadas! Na pele, a sensação é de uma esfoliação profunda – ela fica lisa e supermacia.

(Foto: Camila Neves)

 

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