ESTILO

Ronald Sasson: por um design sem fronteiras!

O design ideal, para mim, é atemporal e simples – mas sempre carregando história e conceito

Desde que comecei a trabalhar com design, sempre me preocupei com que o produto tivesse uma abordagem atemporal. Ao mesmo tempo que venho do mundo da arte, acredito que o design tem como premissa trazer algo permanente para as pessoas. Por isso, o efêmero não me atrai: sou movido por aquilo que possa estar durante muito tempo na vida do usuário e faça ele sentir-se renovado a cada utilização. Partindo dessa premissa, desenvolvo projetos de design que contemplam a beleza, a funcionalidade e também a sua viabilidade na indústria.

Weismann.

Um bom design passa pelo processo de criação e de comercialização, não criando barreiras entre a concepção e a entrada do produto no mercado. Minhas inspirações vão de Bauhaus ao vanguardista Grupo Frente, mas, principalmente, a simplicidade nórdica e a brasilidade: somos únicos em nosso estilo. Porém, a inspiração pode vir de momentos cotidianos ou de objetos comuns. Como matéria-prima, tento explorar diversos elementos.

Yori Armchair.

Quando tenho a possibilidade de me arriscar em algo mais conceitual, faço peças de edição limitada, que exponho em mostras e feiras do setor, com matéria-prima nobre, como madeiras brasileiras, cobre e ouro. Uma peça de design precisa ser funcional em sua simplicidade: sem excesso de materiais, porém, rica em história e conceito. Para mim, não há moda nem tendência que faça isso se perder no tempo. Meus móveis são fáceis de entender e de usar. Assim deve ser o design: sem fronteiras.

Zondê.

Ronald Sasson por Marcos Bertoldi

O trabalho do designer encaixa-se precisamente no pós-luxo. Formado em artes plásticas, obteve mais de 30 prêmios internacionais. Seu trabalho, marcadamente autoral, não esconde certas preferências curitibanas, sem nunca deixar de alcançar uma contemporaneidade internacional. O resultado é sedutor e repleto de significados.

*Matéria escrita originalmente por Ronald Sasson, convidado de Marcos Bertoldi, e publicada na edição 228 da revista TOPVIEW.

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