ESTILO

Mulheres empreendedoras: Laysa Durski

Ela provou que é mais do que apenas a filha do dono e hoje comanda a primeira unidade internacional do Madero

Quem frequenta o Restaurante Madero provavelmente conhece as famosas sobremesas da rede, como o Petit Gâteau de Doce de Leite com calda de frutas vermelhas e o Brownie com Calda de Chocolate. Muitos não imaginam que quem está por trás destes pratos é a jovem Laysa Durski, filha de Junior Durski, dono da casa.

Carregar o famoso sobrenome poderia ser uma tarefa simples, mas Laysa escolheu seguir o caminho árduo: chef pâtissier, ela cresceu junto com o restaurante de seu pai e escolheu colocar a mão na massa e acompanhar o desenvolvimento da rede de perto.

Além de graduada em uma das maiores escolas de gastronomia do mundo, a Le Cordon Bleu, em Paris, ela cursou administração. Em 2006, mesmo ano em que Laysa entrou para a faculdade, o Madero Prime abriu e ela começou a trabalhar. A partir daí não parou mais.

Com o passar do  tempo, a filha do chef foi mostrando o porquê merecia estar onde estava. Responsável por toda a linha de sobremesas do Madero e do Durski, ela passou boa parte de sua carreira na linha de produção dos doces, acompanhando o preparo do começo ao fim.

Filha de Junior Durski, dono do restaurante Madero, Laysa provou que é capaz de comandar um grande empreendimento.
Filha de Junior Durski, dono do restaurante Madero, Laysa provou que é capaz de comandar um grande empreendimento.

O comprometimento com o Madero aumentou quando Laysa, que sempre sonhou em morar nos Estados Unidos, pediu para ficar à frente da unidade de Miami, primeira fora do país, inaugurada em 2015.

Agora, trabalha em tempo integral na nova casa, da qual é gestora e acompanhou desde a fase de obras. “É difícil, claro, já que os padrões são sempre muito altos e precisamos sempre estar atentos. E depende de mim como a marca vai ser vista no exterior”, explica a chef sobre os desafios profissionais.

Hoje, Laysa ajuda as unidades nacionais de longe. Sempre que a casa precisa de novas sobremesas, ela testa nos Estados Unidos e envia a receita para que a gerente de produção brasileira.

Preconceito

Ser filha do dono e ter papel de destaque dentro da rede pode causar uma impressão errada sobre a realidade vivida por Laysa. Para ela, é tudo questão de mérito e, certamente, ela não continuaria na casa se não fizesse por merecer. “É um esforço a mais, já que preciso sempre provar que sou capaz. É só mais desafiador e, às vezes, um pouquinho mais cansativo”, comenta.

Laysa enfatiza, porém, que já sentiu preconceito em relação ao seu gênero. O tratamento diferenciado por ser mulher veio de funcionários, fornecedores, autoridades públicas e, às vezes, até clientes. “Da mesma forma que eu não gosto que tenham preconceito em relação a mim, eu não tenho preconceito em relação ao gênero de ninguém que trabalha comigo. Eu acho que todos têm as mesmas capacidades”, diz.

Mulheres por trás de grandes empreendimentos

Para Laysa, é necessário que as mulheres tenham um papel maior no mundo dos negócios.”Todas temos o direito de fazer o que nos faz feliz, seja cuidar da casa e dos filhos ou ser gestora de uma empresa. Ou os dois”.

Por fim, a chef deu uma dica para aquelas que desejam empreender e ter seu próprio negócio: “Tenha força e se mantenha forte. Muitas vezes é frustrante ser alvo de preconceito, escutar comentários desagradáveis, mas o importante é não se importar. Uma hora as pessoas que te desrespeitam ou saem do seu caminho ou mudam de ideia. E quando você começa a ser reconhecida e admirada, tudo vale a pena”, conclui.

 Confira a primeira matéria do nosso especial sobre mulheres empreendedoras aqui.

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