Mês da Imigração: multinacionais japonesas carregam traços da cultura do país no ambiente organizacional
Na última quinta-feira (18), comemorou-se o Dia da Imigração Japonesa, no Brasil. Foi nessa data, em 1908, que o primeiro navio com imigrantes japoneses chegou ao porto de Santos (SP). A nau “Kasato Maru” trouxe 165 famílias para trabalhar em cafezais, na exploração de borracha da Amazônia e em plantações de pimenta no Pará. A partir daí, a cultura nipônica se espalhou em solo nacional e, há exatos 112 anos, faz parte da miscigenada realidade brasileira, principalmente, no ambiente empresarial.
Segundo Eric Klug, presidente da Japan House São Paulo, há um intercâmbio cultural entre Brasil e Japão de uma riqueza ímpar: “A cultura japonesa é extremamente fascinante e surpreendente para quem se aprofunda em seus valores e conceitos. Além da já conhecida busca pela qualidade e atenção aos detalhes, encontram-se valores como o senso de coletividade e estoicismo tão necessários nos tempos atuais. Muitos desses elementos já estão presentes no ambiente corporativo brasileiro devido à histórica relação entre os dois países, com empresas japonesas investindo no Brasil desde meados do século passado” explica Klug.
A multinacional Takasago – uma das cinco maiores empresas de aromas e fragrâncias do mundo, com operação em 26 países, incluindo o Brasil e oriunda do Japão – se orgulha de carregar o “DNA japonês”. Com o lema “contribuindo para a sociedade através da tecnologia”, a empresa atua no mercado das mais diversas áreas ao redor do mundo: alimentos, bebidas, perfumes, produtos de uso doméstico e cuidados pessoais.
Segundo Vilma Mendes, Diretora Comercial da Takasago, diversos valores e crenças dessa cultura estão presentes na organização, o que gera uma postura particular. “Muitos clientes sentem que é diferente fazer negócios conosco, pois sempre procuramos honrar a tradição daquilo que é característico e positivo na nossa indústria, ao mesmo tempo em que estamos abertos a inovações e mudanças. Essa combinação de tradição e inovação está presente em nossos três pilares de valores, os ‘3T’: ‘trust’ [confiança], ‘teamwork’ [trabalho em equipe] e ‘technology’ [tecnologia], que retratam muito a confiança, o respeito, a boa vontade e o senso de colaboração japonês. O modelo de negócio japonês tem como atributos a confiança e o serviço diferenciado de qualidade. A Takasago aprende com a resiliência do povo e dos negócios japoneses e traduz isso em ações para a sociedade, seus clientes e funcionários”, comenta.
A Takasago chegou ao Brasil com o lançamento do “Laboratório de Óleos Essenciais da Amazônia TPC (Takasago Perfumery Company)” em Tomé-Açu, no Pará. Em 1975, foi aberta uma plantação dedicada, principalmente, às culturas de cássia na cidade de Taperoá, na Bahia, área considerada adequada para o cultivo de plantas aromáticas. Uma fábrica de extração de óleo de cássia também foi construída no local, criando uma plantação de cerca de 1,3 mil hectares. A partir de 1978, o desenvolvimento, a produção e as vendas de aromas e fragrâncias foram transferidas para o bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Anos depois, a divisão de aromas se instalou em Diadema e a de fragrâncias em Cajamar. E, em 2011, as operações de ambas as divisões foram instaladas em Vinhedo, cerca de 75 quilômetros da cidade de São Paulo, onde se situa até hoje.
“Nossos valores de trabalho seguem rígidos parâmetros internacionais inspirados em nossa matriz japonesa. Temos orgulho de dizer que todas as filiais, incluindo a do Brasil, mantêm a ética, a disciplina e os procedimentos japoneses, o que deixa nosso trabalho coeso. A cultura japonesa valoriza a hierarquia e planeja muito bem suas ações, não tomando decisões intempestivas, valorizando a consistência e a perenidade dos negócios. A questão de confiança e trabalho em equipe também estão no DNA japonês. Isso tem sido cada vez mais presente, principalmente, nesse momento de pandemia, em que a Takasago tem mostrado profunda e genuína preocupação pelos seus funcionários, suas famílias e pela manutenção do emprego de todos”, explica Patricia Karam, Gerente de Recursos Humanos da empresa.