CULTURA TECNOLOGIA

ESPECIAL IA: A inteligência programada

O doutor em Filosofia , Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR e Pesquisador na área de inteligência artificial, Kleber Bez Birolo Candiotto comenta sobre a inteligência artificial na edição #277 da TOPVIEW

por Kleber Bez Birolo Candiotto

A inteligência artificial consiste na ideia de que máquinas e sistemas computacionais possam realizar tarefas que, tradicionalmente, exigiriam inteligência humana. A IA foi formulada pelo matemático e cientista da computação Alan Turing, e constituída como um campo de pesquisa desde 1956, em um seminário multidisciplinar em Dartmouth, nos Estados Unidos. Essas máquinas são programadas para aprender, raciocinar, tomar decisões e resolver problemas, simulando o comportamento inteligente dos seres humanos.

  É importante ressaltar que ela visa simular certas capacidades da inteligência humana mediante o desenvolvimento de algoritmos e modelos de aprendizado de máquina, que permitem que elas aprendam com dados e exemplos. Esses modelos são treinados usando conjuntos de dados extensos e variados, permitindo que a IA generalize e tome decisões com base em padrões.

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  Embora autores como Ray Kurzweil e Nick Bostrom mencionem a possibilidade de uma IA geral, há, atualmente, apenas a IA estreita, projetada para desempenhar tarefas específicas com alto grau de eficiência. Um exemplo disso é o ChatGPT, o chatbot da OpenIA que responde a perguntas e interage com os usuários.

  A IA geral, também conhecida como superinteligência, é a pretensão da máquina alcançar a capacidade de compreender, aprender e executar qualquer tarefa que um ser humano seja capaz de realizar. No entanto, essa inteligência artificial ainda é um muito distante de ser alcançada. Luciano Floridi, renomado professor de Oxford, considera impossível a existência de uma inteligência com essa capacidade. Para ele, a IA nem mesmo inteligente é, pois uma inteligência requer capacidade criativa e autonomia. Como as máquinas estão limitadas a um funcionamento com base lógica e algorítmica, a pretensão de uma IA geral é uma ilusão.

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  Entretanto, é importante destacar que a Inteligência Artificial apresenta sérios desafios e questões éticas. O desenvolvimento e a implementação da IA devem ser feitos de forma responsável, levando em consideração os impactos sociais, econômicos e éticos. Além disso, é necessário garantir a transparência e a equidade no uso, para evitar vieses e discriminação. Essa tecnologia tem o potencial de transformar diversos setores e oferecer benefícios significativos para a sociedade. No entanto, é importante entender os desafios e tomar precauções para garantir um uso ético e responsável que efetivamente promovam benefícios para a humanidade.

Kleber Bez Birolo Candiotto (Foto: reprodução)

“A IA tem o potencial de transformar diversos setores e oferecer benefícios significativos para a sociedade. No entanto, é importante entender os desafios e tomar precauções para garantir um uso ético e responsável que efetivamente promovam benefícios para a humanidade.” — Kleber Bez Birolo Candiotto

*Esta matéria faz parte de um especial sobre Inteligência Artificial na edição #277

 

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