Tapumes e gruas: o simbolismo do progresso urbano
*Por Guilherme Werner
Em um rápido tour pela cidade — da Visconde ao Ahú, do Batel ao Ecoville —, não é raro nos depararmos com dezenas de tapumes e gruas enfeitando a bela paisagem urbana curitibana. Para os menos informados sobre as movimentações imobiliárias da capital, o fenômeno pode parecer desproporcional às demandas habitacionais da cidade.
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Para aqueles que pensam dessa forma, digo isso sem prepotência compromissado com o futuro sustentável de nossa cidade: o protagonismo do mercado imobiliário local deve manter-se em patamares elevados nos próximos anos. O que testemunhamos em Curitiba atualmente, em termos de imóveis disponíveis para venda, coloca a cidade como o quarto maior mercado brasileiro, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia.
Diferentemente do Brasil, que enfrentou em 2023 uma retração nos lançamentos (-11% em relação a 2022) e uma queda nas vendas (-1% em relação a 2022), Curitiba manteve-se estável em termos de novos empreendimentos lançados e registrou, surpreendentemente – especialmente em um ano incerto –, mais de 5,5 bilhões de reais em vendas, representando um aumento de 4% em comparação com 2022.
Além disso, é importante mencionar outra particularidade que evidencia a pujança do mercado: a performance de vendas na cidade está sustentada por uma variedade de perfis de produtos, de studios a apartamentos de luxo, minimizando a dependência de um único segmento ou região.
Portanto, para aqueles que me perguntam se ainda há espaço para novos lançamentos, sempre respondo que é preciso nos acostumarmos com gruas e tapumes em nosso horizonte, se quisermos que nossa cidade cresça de maneira ordenada e sustentável.
Guilherme Werner é sócio consultor da BRAIN Inteligência Estratégica — empresa dedicada à pesquisa e análise do mercado imobiliário.
