Stefan Geiger responde: como se aproximar da música clássica?
Todos nós acabamos ouvindo música clássica em lojas de departamento, no elevador, na publicidade, jogos de computador e até mesmo como toque de nossos telefones. No entanto, a questão permanece – por que algumas pessoas nunca foram a um concerto ou a uma ópera?
Se eu posso presumir – o que é improvável, mas vou fazê-lo mesmo assim – que você, caro leitor, pertence ao grupo “não frequentador” de concertos, mas está familiarizado, em termos gerais, com as ideias de George Lucas e Star Wars, permita-me fazer uma comparação: para nós, os músicos de paixão, uma vida sem música é como explicar ao Yoda que uma vida sem o “lado da luz da força” também é uma vida boa.
Antes de caminhar para questões de crença, qual seria o passo inicial adequado para entrar nos templos de nossa cultura? Primeiro de tudo: não se preocupe – você não precisa de nenhum equipamento especial! Compre um ingresso para si mesmo e outro para alguém querido (tudo fica melhor em companhia).
Vamos dizer que você quer fazer uma primeira visita a um concerto com sua filha ou seu filho, com idades entre seis e 12 anos. Escolha um clássico! Pedro e o Lobo, O Carnaval dos Animais e a ópera João e Maria são portas de entrada para jovens há gerações. Agora… E se seu filho tiver 15 anos e achar música clássica boba? Bom, mas ele gosta de Harry Potter, não? E ele acha o jogo de computador Skyrim ótimo! Então, leve-o ao próximo concerto de músicas de filme ou de videogames que acontecer na cidade.
Nada até agora faz sentido? Na realidade, você não tem filhos por que ainda não sabe como seduzir a pessoa amada com seus conhecimentos culturais? Bom, então você pode levar essa pessoa ao balé! Se possível, diretamente ao Romeu e Julieta de Prokofiev. Vai funcionar com certeza.
Você é uma pessoa que se interessa por política? Você se pergunta como é possível que um artista sensível sobreviva a um regime opressor? Vá a um concerto de Shostakovich! Ama as pinturas dos impressionistas franceses? Ouça Debussy. E, claro, Ravel… E… Conforme eu reflito, mais claro fica: há mil razões para ir a um concerto. Uma boa orquestra, por si só, já é uma experiência incomparável.
Que sorte temos que a música é como um reservatório que nos permite ouvir e vivenciar pensamentos milenares e sentimentos profundos repetida e frequentemente. Simplesmente vá a um concerto e “que a música esteja com você”.
* Esta coluna foi escrita em alemão e traduzida gentilmente por Thomas Mayer Rieger.