Rumo ao topo
editado por Newton Gomes Rocha Jr., com reportagem de Daniel Batistella
A história de Pietro Fantin no automobilismo começou como a de tantos outros pilotos: no kart. Em 2007, quando morava em São Paulo com a família, pediu um ao pai. O que seria apenas um passatempo virou paixão e no mesmo ano Fantin disputou algumas corridas amadoras. Nos dois anos seguintes, alcançou bons resultados em competições profissionais: foi campeão Sul-Brasileiro e da Copa Brasil e conquistou poles no Campeonato Brasileiro e no Pan-Americano.
Em 2010, aos 18 anos, pulou direto para a Fórmula 3 Sul-Americana, pela Hitech Racing, equipe inglesa que tem a filial brasileira localizada em Pinhais. “É praticamente outro esporte, então no começo foi bem difícil porque tive de aprender tudo de novo”, conta. Mesmo com pouca experiência subiu ao lugar mais alto do pódio em três das seis etapas. No mesmo ano, em um intercâmbio dentro da equipe, disputou três corridas na F3 Inglesa. Mudou-se então para a Inglaterra para disputar a temporada de 2011 ainda pela Hitech Racing, quando conquistou uma vitória, em Rockingham, Inglaterra. Em 2012, correu pela Carling Motorsport, quando alcançou nova vitória.
Ano passado, saiu da F3 Inglesa e passou a disputar a Fórmula Renault 3.5 – principal categoria da World Series by Renault, que já teve como campeões o espanhol bicampeão da Fórmula 1 Fernando Alonso, em 1999, e o curitibano Ricardo Zonta, em 2002 – pela equipe Arden Caterham. A maior dificuldade nessa mudança, segundo Fantin, foi entender bem o carro, a parte técnica e as pistas novas.
Após uma temporada de aprendizado, quando obteve quatro top-10 e terminou o ano na 21ª colocação, o piloto iniciou 2014 em uma nova equipe: a italiana International Draco Racing, que já teve em seu cockpit os brasileiros Rubens Barrichello, Felipe Massa e Augusto Farfus Jr. – esse último, junto do português Pedro Lamy, são os mentores de Fantin e indicaram a ele a mudança de equipe. “Os dois andaram pela Draco no passado e a gestão da equipe ainda é a mesma, com muitos dos mecânicos e engenheiros que trabalharam com eles”, diz.
Na nova equipe, se dá por satisfeito caso termine o campeonato entre os três primeiros. “Mas obviamente o que eu quero é ser campeão”, diz, citando como seu maior concorrente o espanhol Carlos Sainz Jr.
Tem então como próximo passo na carreira a Fórmula 1. O plano inicial de Fantin sempre foi correr dois anos na Fórmula Renault 3.5, mas cogita disputar uma terceira temporada, em 2015, caso seja necessário. “Seria ótimo fazer um excelente ano esta temporada e ver se as portas se abrem na F1, mas ainda é cedo para dizer”, conta.
Ele não descarta iniciar na categoria mais importante do automobilismo mundial como piloto de testes, pois sabe que não há como negar certas coisas no começo da carreira. “A tendência é que aos poucos mais portas se abram para, quem sabe, chegar ao objetivo final”, encerra.