Ópera-rock profana
QUEM?
Giovanni Caruso (voz, violão, baixo, piano, guitarra, teclados), Paraguaya (voz, percussão, acordeão), Zo (voz, guitarra e violão de doze cordas), Ivan Rodrigues (bateria) e Yan Lemos (voz, baixo, violão, guitarra).
QUANDO?
Curitiba, 2009.
COMO?
Cansado da carreira no trio curitibano Faichecleres, Giovanni Caruso surpreendeu a todos ao anunciar sua saída da banda logo após o lançamento do segundo álbum, em 2007. Mandou-se para o Paraguai para repensar a carreira. Neste tempo de “retiro”, andou compondo coisas novas, casou e tornou-se pai. Só voltou a se apresentar dois anos depois. Aí já tinha um novo repertório e até mesmo um disco solo de estreia gravado por ele quase que em sua íntegra (Acontece Nas Melhores Famílias, lançado em 2009). O nome do projeto? Giovanni Caruso e o Escambau. A formação da banda se estabilizou aos poucos, com a esposa Paraguaya assumindo vocais, percussão, a criação de alguns arranjos e, sobretudo, em performances hipnóticas e arrebatadoras desde os primeiros shows. No final de 2011, veio o segundo álbum, Ordem e Progresso Via Pão e Circo: além das fortes tintas retrô do mod e do psicodelismo, o Escambau adicionava nuances resgatadas da Tropicália brasileira.
POR QUÊ?
Batizado de O Novo Tentamento (sim, o termo existe e corresponde à “tentação”), o terceiro álbum era para ser uma ópera-rock profana e contemporânea. “Isso poderia se tornar maçante e a ideia foi sendo abandonada no meio do percurso”, revela a cabeça principal do Escambau. “Mas esta linha central inicial se manteve durante as gravações”, conta Giovanni. O novo disco que foi bancado e produzido, em sua íntegra, pela própria banda, acaba de ser lançado no formato de CD e download digital (gratuito, aliás). Uma edição em vinil está sendo aguardada para breve. E Giovanni ainda faz questão de enfatizar um detalhe. “Era para ser um álbum duplo. Então já está prontinho um O Novo Tentamento 2. Falta só ter a grana para gravar.”
HEIN?
Para dar o tom solene a diversas faixas, Giovanni recorreu ao uso de instrumentos de sopro e cordas eruditas, também à presença charmosa da harpa paraguaia. E mais: as letras carregam ares de profecia, com versos carregados de simbolismo e palavras compridas e pouco usuais na música pop. Uma delas, “inconstitucionalissimamente”, está impressa na melhor faixa desta nova safra, a valsa Apocalipse Segundo um Deus Bêbado. “Esta eu compus de uma vez só. Comemorei quando encaixei o termo ali no meio e depois não mudei uma vírgula. E confesso que fiquei um pouco assombrado quando fui dar o título e percebi que havia composto uma versão contemporânea do apocalipse.”
ONDE?
soundcloud.com/escambauoficial