Melancolia de futuro

QUEM?
Leonardo Gumiero (vocais, guitarras, teclados e composições), Thomas Berti (guitarra, vocais e composições), Lucas Leite (baixo) e Henrique Neves (bateria e composições)

QUANDO?
Curitiba, 2013

COMO?
Amigos adolescentes que compartilham gostos musicais semelhantes resolvem montar uma banda cover para tocar as músicas de alguns de seus ídolos. Foi este o caminho natural para o nascimento do Farol Cego, cujos fundadores experimentaram os primeiros passos em um palco recriando hits de famosas bandas do segmento indie deste início de século. Apesar do sucesso inicial nos bares da cidade, os músicos não estavam satisfeitos. Eles queriam se expressar, utilizar as influências sonoras para compor um trabalho autoral. “Dava dinheiro e nos deu uma boa experiência. Mas percebemos que, aqui na cidade, o cover ainda tira muito espaço da música autoral. E esse é realmente o nosso caminho. Desejamos de fato, quem sabe um dia, poder viver das nossas próprias criações”, justifica Henrique.

POR QUÊ?
Em pouco mais de um ano, o quarteto vem construindo aos poucos a sua identidade. Quanto à previsão de lançamento do primeiro álbum, ela não existe ainda. “Não estamos com muita pressa”, dispara o baterista, também um dos letristas. “Queremos ter umas vinte músicas de base para poder escolher as melhores entre todas”, completa. No ano passado, a banda gravou seu primeiro disco, um single com duas canções, Pouco a Pouco e Teto Empoeirado, esta considerada a mais querida entre os fãs. Agora o quarteto acaba de disponibilizar na internet, também de forma gratuita, outras quatro faixas. O nome deste EP, Zênite, vem de um termo da astronomia que designa um ponto importante de referência no céu. O batismo, tanto do novo disco quanto da banda, está ligado a uma certa melancolia para a orientação de alguém. Melancolia esta também refletida nas letras pessoais, na capa e nos ruídos que sugerem uma aparente conexão entre o começo e o fim do EP.

HEIN?
Apostando em versos compostos no idioma do nosso dia a dia. Arriscando-se em compassos que vão bem além do simplório e quadradinho 4/4. Elencando influências tão díspares que vão das nuances psicodélicas (Pink Floyd, Tame Impala, Grizzly Bear) às mudanças de climas e ambientações típicas pós-rock (Mogwai, Sigur Rós) e passando ainda pelo Radiohead mais esquisito e indecifrável (isto é, o grupo britânico em sua fase posterior ao álbum OK Computer), o grupo demonstra uma grande consciência sonora para tão pouca idade (os quatro instrumentistas possuem entre 19 e 20 anos). Por isso, já é apontado por críticos locais como uma das principais revelações do rock da terra das araucárias neste ano e como aquele nome para ficar de olho em um futuro bem próximo.

ONDE?
farolcego.com.br
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