Crucificados pelo sistema bruto

QUEM?
Igor Filus (vocais e composições), Leandro Delmonico (viola, violão, guitarra, vocais e composições), Hudson Antunes (baixo) e Douglas Vicente (bateria).

QUANDO?
Curitiba, 2003.

COMO?
Fãs da geração de ouro do pós-punk britânico dos anos 1980 e com a infância vivida no interior do Paraná e arraigada na boa e velha música caipira de raiz, os primos Igor e Leandro fundiram os dois gêneros musicais e batizaram o projeto com um inventivo trocadilho. Acabaram bolando uma das bandas mais criativas que surgiram no rock brasileiro pós-virada do século e do milênio. Com personalidade forte, pioneirismo sonoro e letras que dosam com perfeição crítica social e muitas ironias, o Charme Chulo não tardou a se firmar como um dos nomes mais importantes da música do Estado.

POR QUÊ?
Entre 2007 e 2009, o quarteto lançou seus dois primeiros álbuns, sendo muito bem recebidos por toda imprensa especializada em rock do país. Carregando muitas referências paranaenses (uma delas é a do mais famoso escritor curitibano, o vampiro Dalton Trevisan), estes discos trazem clássicos da banda até hoje cantados em uníssono pela plateia em todos os shows, como Piada Cruel, Mazzaropi Incriminado, Solito a Reinar e Polaca. Em março de 2014, após um longo intervalo de cinco anos, o Charme Chulo anunciou a gravação do terceiro álbum, viabilizado em esquema de crowdfunding (a famosa “vaquinha” entre os fãs, agora feita pela internet). Gravado no meio daquele ano, o novo álbum foi disponibilizado para download gratuito no site oficial da banda em novembro (www.charmechulo.com.br). A edição física chegou da fábrica dias antes do Natal.

HEIN?
O curioso título Crucificados Pelo Sistema Bruto vem da junção dos nomes de distintos trabalhos fonográficos do grupo de hardcore Ratos de Porão e da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó. Serve também como um resumo para os cinco últimos anos turbulentos vividos pela banda, que quase chegou a anunciar o encerramento das atividades após uma malsucedida temporada de residência na cidade de São Paulo. O disco reúne 20 faixas (é o primeiro lançamento de um álbum duplo na história da música popular de todo o Paraná) que não poupam munição, palavrão, protesto e criatividade em músicas que vão da valsa medieval a metais típicos de banda de Oktoberfest, do indie punk ao reggae litorâneo, do meta-axé ao “metaneossertanejo”. O grande destaque é o épico Meu Peito É Um Coração Desgovernado, com quase dez minutos de várias mudanças de andamento, história de glórias passadas do protagonista, farpas à frouxidão atual do rock nacional, final trágico e ainda dois enxertos hilários de radionovela, nos quais os músicos revelam seus talentos para a atuação e o humor.

ONDE?
www.charmechulo.com.br

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