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A importância e o prazer das coleções de arte

Para Regina Casillo, colecionar é uma forma lúdica e interessante de preencher os momentos de lazer

Todos nós concordamos que a arte é um importante instrumento para o desenvolvimento intelectual de uma sociedade. Todos nós constatamos que há uma grande divulgação dos eventos artísticos, das exposições nas galerias, das feiras e dos leilões, tanto em nosso país como no mundo. Todos percebemos pelas enormes filas nos museus que o público tem interesse em visitar grandes mostras. Todos sabemos que devemos isso às novas mídias.

A função histórica dos museus sempre foi a mesma: democratizar o acesso à arte. Assim, no dizer da socióloga Sarah Thornton, “a função dos museus é revalorizar a arte. Eles tiram a arte do mercado e a colocam onde ela se torna parte da riqueza coletiva”. Trazendo o exemplo para nossa Curitiba, sentimos que após a criação do Museu Oscar Niemeyer houve um renascer do interesse na arte em nossa cidade.

E o colecionador? Ele exerce um papel fundamental. Nos laboratórios de arte chamados galerias, nos eventos chamados leilões, o colecionador é peça-chave. O galerista trabalha em duas direções: para quem faz arte e para quem a coleciona.

O ato de colecionar faz parte da natureza humana. É uma forma lúdica e interessante de preencher os momentos de lazer, sendo a coleção mesma uma grande fonte de alegria. Pela convivência, desde que inauguramos a Galeria de Arte do Solar do Rosário, há 24 anos, percebo o colecionador veterano ou iniciante no olhar e no “fascínio do garimpo” da obra. E colecionar não é uma atividade milionária, para poucos. Pode ser do tamanho do bolso de cada um.

Coleções podem ser temáticas: conheço um grande especialista de arte que adquire paisagens que tenham pontes como tema. Outros colecionam trabalhos voltados ao exercício da profissão: arte jurídica, médica e assim por diante. Outros, pelo suporte, como é o caso das artes gráficas e da gravura, em que o papel é protagonista. Outros ainda por período da história da arte, por lugares.

O universo do colecionismo é imenso e faz girar o mercado de artes. Acreditamos, no entanto, que o primeiro impulso do colecionador normalmente não é o lucro, mas sim a satisfação que a obra lhe proporciona. Temos referências em nosso país de colecionadores que transformaram suas coleções em institutos e fundações para o deleite de todos nós!

Exemplos são o Museu Castro Maya e o Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro; a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e o Museu da Casa Brasileira em São Paulo; as coleções dos dois irmãos Brennand na cidade do Recife; e, em Minas Gerais, a grande obra, conhecida internacionalmente, do colecionador Bernardo Paz que é Inhotim.

O crescimento do interesse pela boa arte tem aumentado o número de colecionadores que sabem que a construção de uma coleção de arte, independentemente do gênero, proporciona extraordinária satisfação.

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