SELF

Seis conselhos para as festas de fim de ano em plena pandemia

Protocolos de saúde continuam sendo indispensáveis para proteger a família e a si mesmo

Assim como o ano inteiro de 2020 teve que ser adaptado por causa da pandemia da doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), as festas de Natal e Ano Novo também terão que ser adaptadas ao novo cenário de cuidado. As datas sempre foram sinônimo de reunião de pessoas e celebração, mas infelizmente é preciso cautela diante do atual cenário no Brasil – com alta no número de casos em todo o seu território. Tanto que, no dia 30 de novembro, a Organização Mundial de Saúde para a COVID-19 disse que o Brasil “precisa levar muito a sério” o aumento no número de casos da doença. O médico cooperado especialista em infectologia Moacir Pires Ramos é o epidemiologista integrante do Centro de Pesquisa e Inovação da Unimed Curitiba e listou seis conselhos para a convivência nesse período não estragar nem antes, nem durante, e muito menos depois das festas de fim de ano. “É importante ter cuidado e cautela todos os dias para que a festa de Natal não contamine a família toda, e para que todos estejam prontos para a vacina prevista para chegar ano que vem”, resume.

1 – Não compare

Já descobrimos que não adianta pensar nas situações que passaram ao longo do ano, e compará-las com o que ainda virá. Nessa altura, já se sabe que não vivemos tempos de planos a médio e longo prazo quando se trata dessa nova doença e de tudo que ela afeta. O ano teve períodos mais calmos e períodos mais críticos – como o que vivemos agora –, e essa montanha-russa é característica do estado pandêmico que vivemos – sem previsão de acabar tão cedo.

“Nesta pandemia, de modo geral, o período de incubação (15 dias) e o comportamento das pessoas são os fatores que ditam os próximos passos. Em paralelo temos a ciência trabalhando em tempo recorde, tanto que em breve teremos a vacina, e temos os profissionais da saúde e o sistema aguentando como podem. Mas, junto deles, é crucial que as pessoas sigam as medidas preventivas para conter os números e taxas de contágio”, destaca Ramos.

2 – Cuide do seu comportamento

Aqui vale o reforço de como se dá a transmissão do novo coronavírus. “Por superfícies contaminadas, por gotículas ao falar que alcançam até 2 metros de quem as expele, e por aerossóis que são gotículas que ficam no ar. Essas três formas justificam o uso da máscara facial e a distância entre as pessoas. Por isso, o ideal é que ainda sejam mantidos alguns comportamentos característicos do ‘novo normal’ como o distanciamento físico e a vida social o mais remota possível”, explica o infectologista. Sendo assim, as festas virtuais são a melhor medida, e a recomendação dele é a mesma do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos.

3 – Mantenha os protocolos de saúde

Aquelas medidas preventivas que já se sabe de cor: usar máscara facial, lavar as mãos com água e sabão com frequência ou higienizar com álcool gel 70%, e manter distância entre as pessoas. Nesse quesito são vários os pontos destacados pelo médico cooperado da Unimed Curitiba:

Máscara facial: Item de uso obrigatório, só deve ser tirada na hora da refeição. Mesmo que não seja confortável de usar, que abafe o som, aperte nas orelhas, embace os óculos ou enrosque no brinco, a máscara protege, impedindo que as gotículas de saliva alcancem o outro. Então, para quem tem a tradição de cantar, evite. 

Distanciamento: O critério é o espaço suficiente para manter distância. Se não houver, o número de pessoas deve ser reduzido. A vantagem de estar no verão é poder realizar encontros ao ar livre, o que facilita dar espaço de 2 metros entre as pessoas. O médico recomenda um ambiente aberto e o mais ventilado possível, com todas as janelas e portas abertas. Ou, por exemplo, trocar a ceia na noite do dia 24 por um almoço em ambiente aberto no dia 25. Para o tão esperado abraço persiste o bom senso de aguardar, infelizmente ainda não é o momento. 

4 – Senso coletivo

Uma doença contagiosa como essa exige muito do sistema de saúde público e privado. Quando se fala em colapso, trata-se da ocupação de leitos nos hospitais, da exaustão e sobrecarga dos profissionais da saúde, e ainda de uma quantidade de profissionais insuficiente para atender a todos os pacientes por causa do volume de casos. “Essa conta precisa ser feita por toda a população. Além do crescente aumento dos casos da COVID-19, temos os outros pacientes de rotina que precisam ser atendidos. Procurar se expor o mínimo possível ao risco não é um egoísmo, neste caso é exercitar o senso coletivo”, aponta Ramos. Isso significa evitar viajar também. Aeroportos, estações de ônibus, estações de trem, transporte público, postos de gasolina e paradas de descanso são todos lugares que podem estar com o vírus no ar e em superfícies. Cuidado e cooperação são as palavras do momento.

5 – O dia de hoje determina seu Natal e Ano Novo

Sim, justamente por causa do período de incubação. Ainda que não seja o ideal, o infectologista sugere uma “quarentena familiar” se há a intenção de reunião. “O ideal é que seja a partir dessa semana, para completar pelo menos uma semana de isolamento até o Natal, por exemplo. Essa medida é importante para diminuir o risco de propagação do vírus. Então, todos devem participar, não adianta só um ou outro. Preste atenção em você, onde esteve e com quem teve contato”. Isso leva a ter maior atenção hoje na seleção de quem encontrar. Outro ponto é a duração, encontros longos representam mais risco.

6 – Cuide dos grupos de risco

A dificuldade é justamente a intenção das festas: juntar a família. Mas idosos e pessoas com doenças crônicas descompensadas – e quem tiver contato frequente com eles, pessoas que estejam fazendo tratamentos que suprimem o sistema imune (imunosupressores), pessoas com comorbidades, e quem teve contato com algum caso confirmado da COVID-19 e está cumprindo o isolamento de duas semanas, todos esses não devem se expor em reuniões presenciais.

“Para quem não quer correr risco ou colocar as pessoas que ama em risco, o jeito é não se reunir de forma presencial este ano. Afinal, ainda temos os assintomáticos. E não custa reforçar que se a pessoa teve algum sintoma que pode estar relacionado à nova doença, não deve sair de casa em hipótese alguma”, completa.

Deixe um comentário