Sedentarismo durante isolamento social pode aumentar risco de trombose
Boa parte da população permanece com atividades restritas em casa há quase quatro meses devido a pandemia do coronavírus. No Paraná, o índice de isolamento, segundo a empresa In Loco, tem variado entre 30% e 50% no último mês. De acordo com o médico especialista em angiologia, cirurgia vascular e endovascular, Dr. José Fernando Macedo, do Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular de Curitiba (IACVC), o sedentarismo durante o isolamento social representa um maior risco para o desenvolvimento de doenças vasculares, entre elas a Trombose Venosa Profunda (TVP).
“Isoladas em casa, as pessoas tendem a se movimentar menos. Não podemos colocar a culpa apenas no sedentarismo, visto que outros fatores de risco podem ocasionar a trombose, entre eles a predisposição genética, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais. Porém, a falta de atividade é sim um agravante”, explicou Macedo.
Macedo reforça as orientações para os grupos de risco: grávidas, pessoas com histórico da doença na família e pessoas acima de 50 anos.
Muitas vezes silenciosa, a trombose é caracterizada pela formação de coágulos que bloqueiam a passagem sanguínea no interior das veias profundas. Segundo o especialista, o risco maior é o coágulo formado na perna se soltar e ir parar no pulmão, causando uma embolia pulmonar, que pode ser fatal.
Como prevenir
Mesmo em casa, alguns hábitos simples podem prevenir enfermidades, a começar pela realização de simples exercícios de alongamento, caminhadas dentro de casa ou no quintal e evitar ficar muito tempo parado na mesma posição. Para quem puder, orienta-se também a realização de atividades mais intensas com apoio virtual de profissionais, estabelecimentos e canais de referência na web. Uma dica adicional para os que estão trabalhando em home office, é o hábito de levantar de hora em hora para se alongar.
Tratamento
O diagnóstico pode ser feito por meio de uma ecografia vascular (ou ecodoppler). A TVP é mais comum nos membros inferiores, sendo, em 90% dos casos na perna esquerda e em 10% deles nos membros superiores, pelves, cavidade abdominal, torácica, cabeça e pescoço. Além de orientações e do uso de meias elásticas, o principal tratamento é feito com medicações anticoagulantes.
Hoje, na maioria dos casos, não é necessária a internação do paciente. Dependendo dos sintomas, é possível fazer o tratamento ambulatorial com o uso de anticoagulantes orais. O tempo de tratamento varia de 3 a 6 meses. Nas situações mais raras, pode ser necessário que o paciente tome medicações para o resto da vida.