SELF SAúDE

Saudem o Rei Sol

O Sol é saúde, felicidade e bem-estar. Sol é vida

Gênesis 1
1. No princípio, criou Deus o céu e a
terra.
2. A terra, porém, estava sem forma
e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo; e o Espírito de Deus pairava
por sobre as águas.
3. Disse Deus: Haja luz; e houve luz

A luz citada no Velho Testamento se refere ao Sol. O grande e importantíssimo Rei Sol. No entanto, não apenas os cristãos viam a importância da estrela solar: os povos maias, gregos, romanos e egípcios, que também fazem parte do início da civilização, já o elegeram como majestoso.

Na cultura maia, o Sol era conhecido como um deus, Kinich Ahau. Esse povo era tão ligado à estrela que se tornaram especialistas em prever fenômenos solares, como eclipses, solstícios e equinócios. Na mitologia grega, romana e egípcia, o sol também era visto como um deus. Na Grécia, ele era conhecido como “Hélios”. Era o deus do tempo e da onisciência, pois sabia de tudo. Em Roma, era chamado de Apolo, o grande patrono da verdade. No Egito, não era diferente, a importância do Sol era clara. Conhecido como “Rá”, o deus egípcio era a divindade mais importante e acreditava-se que ele era o criador do mundo, de outros deuses e da humanidade.

Não há como mentir: o Sol é considerado grandioso pela humanidade desde seus primórdios. Hoje, a estrela continua tendo sua fama e, com o avanço da sociedade e do conhecimento humano, é possível conhecer ainda mais a fundo sua função no funcionamento da vida terrestre.

Do ponto de vista da medicina natural, a parte mais importante do Sol para a vida humana está relacionada ao ciclo circadiano, mecanismo pelo qual o organismo das pessoas se regula entre o dia e a noite. “Nos tempos antigos, tudo o que acontecia em relação à produtividade era vinculado com o dia. As pessoas despertavam com o
nascer do Sol e se recolhiam com o escurecer”, afirma a naturóloga Ana Paula Filippi. Ela indica, inclusive, que o ciclo influencia na liberação de hormônios, que ocorre durante o sono.

Além disso, o Sol, segundo ela, é o melhor sintetizador de vitaminas. Ou seja, o Sol continua sendo o maior aliado da vitamina D do que a suplementação oral. “Há muitos pacientes que reclamam que estão fazendo a suplementação de vitamina D e ela sempre continua baixa. A verdade é que quem vai realmente fixar essa vitamina é o Sol”, diz Filippi.

Do ponto de vista da medicina tradicional, a opinião sobre os benefícios do Sol para o funcionamento do corpo humano é a mesma. No entanto, segundo a médica Larissa Hermann de Souza Nunes, coordenadora do Serviço de Medicina Interna do Hospital Marcelino Champagnat e coordenadora da residência de clínica médica do Hospital Universitário Cajuru, é preciso dosar a exposição solar, apesar das inúmeras vantagens que traz.

“Apesar dos seus benefícios, é importante lembrar que a exposição ao sol deve acontecer, preferencialmente, antes das 10h ou após às 16 horas, em períodos curtos, cerca de 30 minutos”, conta Nunes. Complementando, a naturóloga também afirma que a melhor parte do corpo para a absorção saudável do Sol é na palma das mãos e dos pés.

O sol e a interferência no humor

Quantas vezes você já reproduziu a seguinte frase em um dia de chuva: “Que vontade de ficar dormindo hoje?” Há quem não perceba, mas o Sol, inclusive, interfere diretamente no humor das pessoas. “Em cidades com incidência menor de sol no ano, os números de suicídio são maiores. Com o céu nublado, sem a aparição do Sol, as pessoas começam a reclamar mais, acordam mais desanimadas e saem menos de casa”, afirma a naturóloga.

Esse é o caso da fotógrafa Pamella Karoline Leszak, que, ao acordar em um dia nublado, já amanhece triste.

“Eu sou movida a luz solar. O Sol me deixa muito mais disposta, mais feliz e produtiva. Até me alimento melhor e bebo mais água. Quando o dia amanhece nublado, é muito difícil eu falar para mim mesma que está tudo bem, que um dia nublado também é um dia bonito”, revela Leszak.

A estudante de Direito Yasmin de Souza Barsch sente, também, que os dias sem Sol afetam diretamente sua produtividade cotidiana.

“Quando os dias estão cinzentos, tenho uma tendência muito grande de me isolar e não conseguir fazer tarefas que demandam concentração, como estudar e escrever. Se o Sol demora muito para aparecer, meu bom humor praticamente desaparece e começo a me sentir mal por não conseguir render tanto quanto se
estivesse Sol”, afirma.

Pamella Leszak aproveitando os raios solares. (Foto: acervo pessoal)

Por fim, para evitar sentimentos como esses, a naturóloga indica uma boa relação com a luz solar e, inclusive, procurar manter uma alimentação de origem orgânica. Segundo ela, a vitamina D, que é fundamental para manter as propriedades do cálcio e o funcionamento saudável do organismo, por conta de suas ações no intestino, nos rins, nos ossos e nas glândulas, também está ligada com a carne que as pessoas consomem.

“Antes, os animais eram criados soltos e pegavam Sol. Hoje, a gente come frango que nunca viu a luz solar, os bichinhos ficam confinados. Minha sugestão é que a gente volte a comer bichos criados soltos. Afinal, é importante não só focar a nossa exposição ao Sol: mas que nossos alimentos tenham contato com ele. Se nos faz bem, faz bem para todos os seres vivos também”, finaliza Filippi.

*Matéria originalmente publicada na edição #258 da revista TOPVIEW.

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