SELF SAúDE

Saúde: novas terapias à base de cannabis medicinal podem ajudar no tratamento da esclerose múltipla

A doença neurológica, crônica e autoimune causa lesões cerebrais e medulares; CEO e fundador da farmacêutica Remederi, Fabrizio Postiglione, fala como novos medicamentos à base de cannabis medicinal podem melhorar a condição dos pacientes

Embora o uso da cannabis medicinal seja restrito no Brasil, algumas condições médicas têm a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem tratadas com medicamentos à base de canabidiol, conhecido pela sigla (CBD). Desde 2019, a Anvisa aprovou a fabricação de 23 medicamentos. Atualmente 25 empresas estão autorizadas a comercializarem seus produtos à base de cannabis em farmácias.

A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central que pode causar sintomas como fadiga, dor, espasticidade muscular e problemas de coordenação. Estudos indicam que os canabinóides têm propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e neuroprotetoras, que ajudam no controle dos sintomas. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Programa Institucional de Políticas de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental, divulgou nota técnica a respeito de evidências científicas no tratamento de doenças com a adoção de medicamentos à base de cannabis. 

LEIA TAMBÉM: Water to be healthy! Veja por que beber água no inverno é muito importante

O estudo Multiple Sclerosis and Related Disorders analisou a eficácia e a segurança do uso de produtos à base de cannabis em pacientes com esclerose múltipla. Os resultados indicaram que o uso de cannabis foi associado a uma redução significativa da dor, espasticidade (rigidez muscular) e sintomas urinários em pacientes com esclerose múltipla. 

Em outra pesquisa publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, que investigou o efeito do THC na espasticidade em pacientes com esclerose múltipla, mostrou que o THC foi eficaz na redução da espasticidade, e os efeitos foram superiores aos obtidos com o placebo.

Segundo Fabrizio Postiglione, CEO e fundador da Remederi, farmacêutica brasileira que promove o acesso a produtos, serviços e educação sobre a cannabis medicinal, muitos estudos têm investigado o uso da cannabis medicinal no tratamento da esclerose múltipla, e os resultados clínicos apontam benefícios significativos na redução da espasticidade, da dor e da fadiga.

LEIA TAMBÉM: Sexual wellness: especialista explica como manter a vida sexual após a menopausa

“É importante ressaltar a necessidade da continuidade das pesquisas para entender os efeitos terapêuticos da cannabis na esclerose múltipla e determinar a eficácia e segurança no longo prazo”, pontua Fabrizio. Ainda segundo o fundador, assim como no Brasil e em outros em países como os Estados Unidos, a cannabis medicinal é legalizada e pode ser prescrita para o tratamento de sintomas da esclerose múltipla. 

Fabrizio reforça a importância de, antes de iniciar qualquer terapia, obter a orientação e supervisão de um profissional de saúde qualificado, especialmente porque a dosagem e a forma de administração adequadas podem variar de acordo com cada paciente. “É imprescindível que os pacientes discutam com seus médicos sobre as opções de tratamento disponíveis, incluindo a cannabis medicinal, considerando os riscos, benefícios e a legislação local”, pontua. 

Deixe um comentário