Projeto Black 75 #9: como um teste genético pode melhorar o desempenho nos treinos
Nesta semana, retornei à nutróloga Dra. Flávia Ohde, pois preciso fazer uma reavaliação física e rever alguns suplementos manipulados que estão acabando. Coincidentemente, me senti fraco e resfriado na última semana e só agora estou me reabilitando.
Um suplemento que acabou e que descobri ser de extrema importância para meu organismo foi a vitamina D. Na verdade, trata-se de uma substância essencial para nosso sistema imunológico, para o fortalecimento dos ossos e músculos, além de melhorar a saúde cardiovascular e prevenir o envelhecimento, entre outros benefícios.
Apesar dessa vitamina ser encontrada em alimentos de origem animal, as quantidades fornecidas não chegam a 20% das nossas necessidades diárias. A real maneira de absorção é através da exposição ao sol, em média de 15 a 20 minutos por dia. Em Curitiba, as pessoas têm tendência a ter um déficit de vitamina D devido às condições climáticas da cidade, principalmente no inverno. Apesar de estarmos no verão, a Dra. Flávia me receitou a suplementação com base no meu exame de sangue.
Outra indicação da parte dela, que achei extremamente interessante, foi a de fazer um teste de genética. Nesse caso, o foco foi Nutrição Esportiva e Performance, o que me trouxe uma análise do meu DNA, demonstrando como os genes influenciam meu peso, hábitos alimentares, intolerâncias e até como meu organismo metaboliza os nutrientes. Voltando à vitamina D, por exemplo, descobri que geneticamente tenho uma predisposição a níveis baixos, Ou seja, realmente preciso suplementar ou tomar mais sol.
Fiz o exame genético em janeiro com a Dra. Juliana, na Anaclin. Minha saliva foi coletada, enviada ao Canadá e depois de três semanas recebi o resultado completo. Vou passar aqui um resumo, já que é um relatório complexo, com uma devolutiva que demorou cerca de duas horas:
METABOLISMO DE NUTRIENTES
Fora a vitamina D, tenho que dar atenção às vitaminas B, E, folato e cálcio. Tenho predisposição a níveis baixos no sangue de todas essas substâncias.
SAÚDE CARDIOMETABÓLICA
Cafeína, sódio e gordura saturada são componentes da dieta que podem trazer aumento da pressão arterial, sendo indicado diminuir o uso.
MANUTENÇÃO DE PESO E COMPOSIÇÃO CORPORAL
Meu balanço energético é diminuído, o que quer dizer que tenho um metabolismo mais lento. Em contrapartida, não tenho tendência a engordar.
INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
Tenho um risco genético a ter intolerância à lactose, apesar de não ter nenhum sintoma aparente.
HÁBITOS ALIMENTARES
Não tenho preferência por açúcares e gorduras, mas gosto de comer entre as refeições.
EXERCÍCIO FÍSICO E PERFIL FITNESS
Tenho vantagem genética para esportes de força, tolerância a dor e maior risco de lesão.
O mais interessante dos resultados foi a quebra de paradigmas que eu sempre tive. Sempre que eu estava resfriado, achava que precisava de vitamina C (acho que todo mundo pensa isso, risos). Descobri que posso melhor simplesmente tomando sol. A cafeína é usada como estimulante por muitos atletas; apesar de eu não tomar café, já usei produtos que contém cafeína para um melhor rendimento. Agora sei que não são tão vantajosos assim para o meu perfil genético.
Sempre achei que eu tinha tendência para esportes de resistência e, agora, descobri que tenho fibras musculares curtas e tenho vantagem para esportes de força. No caso do Short Triathlon, para as provas de curta distância, devo aproveitar essa vantagem e reforçar meus treinos de musculação, trazendo mais força para as modalidades. Também tenho que mudar minhas estratégias, já que sempre guardei um gás para o final e agora sei que posso começar mais acelerado, já que não vou participar de nenhuma prova de endurance ou um IRONMAN.
Segue uma frase que está no relatório do meu exame genético e que achei bacana compartilhar:
“O que é alimento para um homem pode ser um terrível veneno para outros” – Lucrécio, filósofo