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O sono do bebê e os impactos na vida materna

Especialista em sono infantil conta as dificuldades e dicas para noites bem dormidas

Quando as mulheres engravidam, especialmente se há planejamento e o bebê é desejado, passam muito bem durante a gestação. Claro, existem os hormônios que desencadeiam uma série de sentimentos e podem haver casos de complicações. De qualquer forma, geralmente a gravidez é um momento muito gostoso. Além disso, a preocupação normalmente é de estar saudável, organizar o quarto do bebê, o enxoval, fazer o plano de parto e o pré-natal. Contudo, dificilmente as mães se preocupam em como será o sono do bebê.

Carol Trentini, especialista em sono infantil e mãe de 2 filhos, é minha convidada para compartilhar a experiência da vida materna nesta coluna. Ela teve um choque de realidade, passou por um período de depressão logo nos primeiros dias do primeiro filho, principalmente pela questão do sono do bebê, o que impactou diretamente na noite de sono dela.

Ninguém fala que os bebês não sabem dormir. A única coisa que todos falam é: “aproveite para dormir enquanto podem”, “sua vida nunca mais será a mesma”. Mas nunca ninguém diz: “leia sobre como fazer o bebê dormir”.  Então o bebê nasce, a família fica muito feliz e na maternidade ele dorme o tempo todo. Chora basicamente para mamar e logo se acalma. No entanto, quando vão para casa os problemas começam a aparecer. Primeiro porque independente se os pais estão doentes, a mãe com dores pós parto ou estão cansados, possuem alguém que depende totalmente deles. Nem todos possuem rede de apoio.

Aí começam as noites mal dormidas, pois os bebês acordam bastante de madrugada, seja para mamar, por desconfortos, por não saber voltar a dormir. Os pais, mas especialmente as mães, ficam exaustas. Acordam cansadas, passam o dia cansadas. O choro do bebê começa a estressar cada vez mais. Muitas se perguntam porque queriam tanto ser mães. Outras são otimistas e têm paciência dizendo que vai passar.

Algumas mães inclusive começam a ter depressão.  A vida muda completamente. É um luto da vida anterior. Como o bebê é muito frágil ainda e em decorrência das vacinas, dificilmente as mães saem de casa (ainda mais agora na pandemia). Então, antes são acostumadas a sair com os amigos, trabalhar, ver pessoas. Agora, ficam em casa o tempo todo com o bebê e em função do bebê.

Existe a questão da amamentação que também é muito desafiadora. Às vezes há falta de apoio ou ajuda de familiares ou do próprio parceiro. Isso tudo junto, somado a privação do sono, vai fazendo com que a mulher se sinta anulada.

Além de se sentirem anuladas, muitas vezes se sentem culpadas por querer ter um tempo só para elas ou querer dormir melhor. E isso não é errado. Pelo contrário. A partir do momento que a mãe começa a descansar mais, consegue ter mais disposição para outros afazeres, seja da casa ou do trabalho e até mesmo tempo para o lazer. Essa mãe consegue ter um momento dela e isso com certeza torna-a mais feliz. Mães felizes têm mais facilidade para acalmar seus bebês, para analisar e atender suas necessidades, passam mais segurança em todo processo do sono e tornam a maternidade muito mais leve.

Então, não há porque se sentir culpada por querer ter momentos sozinha, tomar um banho mais demorado, ter uma noite ininterrupta de sono ou quem saber passear um pouco no shopping e se encontrar com as amigas. O importante é estar bem e tranquila para poder cuidar de seu filho com plenitude.

Quando uma mãe está cansada, ela transmite isso para seu filho e fica muito mais difícil conseguir acalmá-lo. “O bom sono do bebê está diretamente ligado a qualidade de vida de toda família. Dormir não é luxo, é necessidade básica”, afirma Carol.

Os malefícios que a falta do sono traz para as mães:

  • Indisposição ;
  • Mau humor ;
  • Tristeza ;
  • Sentimento de culpa ;
  • Falta de produtividade ;
  • Problemas de memória ;
  • Prejuízo na capacidade de julgamento (decisão racional) ;
  • Queda da imunidade;
  • Diminuição da libido ;
  • Transtornos de ansiedade ;
  • Stress;
  • Obesidade;
  • Depressão.

Carol indica que se você é mãe e está cansada, primeiro peça ajuda para sua rede de apoio (caso tenha). Além disso, hoje existem profissionais que auxiliam no sono infantil. Não deixe o cansaço tornar a maternidade, que é para ser um momento tão feliz, em algo que pode te deixar frustrada.

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*Coluna digital da edição 251 da revista TOPVIEW.

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