SELF

Nem tudo é o que parece!

Reinventar-se parece uma questão moderna, mas na verdade faz parte da existência do ser humano

Quem de nós nunca sofreu por algo aparentemente terrível em um determinado momento e, depois de algum tempo, percebeu o significado incrível daquela frustração.

A vida não é uma linha reta, um encaixe perfeito, uma fotografia pronta, pelo contrário. Ela tem curvas infinitas que nos levam para lugares surpreendentes; ela é o desencaixe que nos ensina que certas engrenagens deixam de funcionar para buscarmos espaços inéditos; ela é a paisagem que se reinventa.

Muitos chegam. Outros partem. Alguns ficam. Nessa dança da existência, nós temos que pensar se gostamos de quem ficou ou se também desejamos partir e nos reconectar com outros destinos.

Já reparou no número de vezes em que você desejou conquistar uma pessoa, um sonho, um espaço ou uma posição em alguma engrenagem das suas relações, e mais tarde agradeceu por aquilo não ter “dado certo” apesar de todos os seus esforços? A nossa visão limitada sobre o destino muitas vezes nos trai! É por isso que em muitos momentos precisamos relaxar e confiar na engrenagem da existência que tem a sua própria sabedoria.

Quem vive fugindo dos sofrimentos descobre que o pior  de todos é justamente o de não querer sofrer. Eis uma forma de adoecer e perder a melhor parte das experiências, render-se aos medos ao invés de negociar com eles.

Com a maturidade percebemos que aquilo que parecia ter dado errado foi a virada da chave para nos apropriarmos das nossas coragens. Então compreendemos que a vida não era sobre julgar as nossas escolhas, era sobre  as experiências e acima de tudo sobre  quanto nos transformamos com elas.

Por isso, ao invés de tentar controlar o destino, mantenha-se sintonizado com ele. Mantenha a casa emocional arejada e as janelas da alma bem abertas. Existe muita beleza e sabedoria além do que conseguimos enxergar. Confie!

*Coluna originalmente publicada na edição 249 da revista TOPVIEW. 

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