PERIGO! Linfoma nas mamas pode ser associado aos implantes
Linfoma Anaplásico de Grandes Células (da sigla em inglês “breast implant-associated anaplastic large cell lynphoma” BIA-ALCL) associado aos implantes nas mamas é um linfoma de células T não Hodking.
Raro, entretanto, se torna relevante o seu conhecimento. Afinal, o Brasil é o segundo país no ranking mundial de cirurgias plásticas. Sendo a cirurgia de aumento das mamas com a inclusão de implantes mamários a mais popular no país, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISASP).
Essa doença independe da cirurgia realizada ter sido reconstrutora (pós-tratamento de câncer de mama) ou estética. Ou mesmo da localização do implante ser retromuscular ou retroglandular. Entretanto, a maioria dos casos documentados estão relacionados ao uso de silicone texturizado.
A fisiopatologia mais aceita é a que inflamações crônicas subclínicas geradas pela própria prótese levam à transformação maligna das células T. A apresentação clínica mais comum é o acúmulo de líquido mamário (seroma) tardio. Acontece de 1 a 10 anos após a colocação dos implantes, sem história de trauma ou infecção, ou, mais raramente, uma massa mamária próxima à cápsula do implante.
Diagnóstico e tratamento
É necessária a realização de exames de imagens a fim de identificar esses problemas, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética das mamas.
Nos casos de resultado positivo, é preciso realizar a punção do líquido, com a realização de testes imuno-histoquímicos específicos. Estes devem ser solicitados pelo médico. Em geral, o prognóstico é excelente.
Quando aparece restrito ao redor do implante, é feita a remoção completa da cápsula e do implante. Porém, pode haver casos mais agressivos, geralmente associados à presença de massa mamária. Assim sendo, é recomendada a associação do tratamento com a quimioterapia.
É importante que tanto a classe médica, a população em geral, e os meios de comunicação estejam atentos a essa patologia emergente. A fim de que seu diagnóstico seja precoce e não leve a um impacto negativo na morbidade e mortalidade da população envolvida.
*Lana Eduarda Trovo Zilotti tem residência médica em Radiologia no Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) e especialidade em Radiologia Mamária no Hospital de Câncer de Barretos (SP) e assina a matéria originalmente publicada na edição 229 da revista TOPVIEW.