SELF

Já pensou em ressignificar sua arte?

Remover uma tatuagem exige ponderação e conhecimento sobre as tecnologias disponíveis

Recebi um homem de meia idade – que apresenta uma aparência jovem expressa no seu olhar e na forma animada com que gesticula – enquanto descreve as inúmeras provas de ultramaratonas que participou, e a forma como transformou estes desafios em tatuagens, que contam na sua pele cada capítulo da sua trajetória como atleta.

A sua história vem da família paterna e se estende à esposa e filhos, todos com relatos de superação, que foram desenhados e marcados na forma de tatuagens pelo corpo. Enquanto estávamos definindo como preparar uma tatuagem colorida, danificada em uma queda, para uma nova arte, fomos interrompidos por uma ligação confirmando a seleção do seu grupo familiar para mais uma prova no início do ano, na costa oeste americana. A procura pela remoção parcial ou total de uma tatuagem pode acontecer devido à uma mudança no estilo de vida ou na atitude diante de novos hábitos.

Ainda porque descreve um relacionamento que não faz mais sentido, ou simplesmente por sua alta visibilidade com um determinado tipo de roupa. Enfim, os motivos são inúmeros. Para solucionar, existem tecnologias a laser específicas que podem ser utilizadas para a remoção parcial ou total da pigmentação artística da pele. O tratamento depende da avaliação e acompanhamento de um médico especialista. Lembrando que: apenas disparar o laser sobre a pele tatuada não garante o sucesso do procedimento. Este exige a personalização do tratamento, levando em consideração a interação da física do laser com o pigmento e a pele, e o cuidado com os possíveis danos colaterais decorrentes da aplicação.

De acordo com o tipo de pele, da qualidade do pigmento e do trabalho realizado pelo artista tatuador será necessário dividir o tratamento em sessões – tanto para a remoção da tatuagem, quanto para a sua adequação em função de uma nova arte. O número de adeptos a realização de tatuagens aumentou devido a qualidade artística e, até mesmo, com a inclusão de tecnologias (como as existentes nas “soundwaves” – as tatuagens sonoras).

Atualmente, estudos procuram integrar componentes eletrônicos em contato com a pele através de tatuagens temporárias. A interação com esses dispositivos, através do toque ou até mesmo de aplicativos, transforma o corpo em uma interface com equipamentos digitais. Estas inovações chamadas de “skin marks” produzem novas experiências e nos levam a pensar: onde esse tipo de tecnologia pode chegar?

*Coluna originalmente publicada na edição #239 da revista TOPVIEW. 

Deixe um comentário