Geração Black Mirror: entenda até que ponto o excesso no uso dos aparelhos eletrônicos nos afeta
A série criada por Charlie Brooker, Black Mirror – com tradução de Espelho Negro- tem aprovação de 94% do público geral. Com cinco temporadas e episódios com cerca de 50 minutos cada, o sucesso se deve ao fato da série mostrar um lado obscuro da tecnologia e com o futuro um tanto quanto pessimista ao uso excessivo dos aparelhos eletrônicos. Atualmente, a internet é uma rede de compartilhamento com infinitas possibilidades. Muitas vezes, as redes sociais parecem saber mais da vida dos usuários do que eles próprios.
Apesar do seriado levantar uma série de questionamentos sobre quais seriam os limites saudáveis da tecnologia na sociedade atual, é indiscutível que existem avanços que impactaram de forma positiva seus usuários. Quando o assunto é tecnologia, falamos de uma grande base de dados e sistemas inteligentes que, embora sejam abstratos, como funcionam para boa parte das pessoas, resultam em ferramentas úteis como o Google, Instagram, WhatsApp, E-mail, Netflix, Ifood, Uber – que já fazem parte do cotidiano.
Penso, logo, gero dados
Você provavelmente já teve a impressão de que pelo simples fato de pensar em algo, logo em seguida foi direcionado para uma propaganda ou promoção do produto e, muitas vezes, chega a ser assustador a velocidade com que isso acontece, em poucos segundos.
A explicação disso está nas pesquisas que são realizadas dentro das redes sociais e até mesmo nos comentários que as pessoas fazem. Tudo o que você digita ou pesquisa se torna dados e algoritmos que são utilizados para armazenar o grau de relevância dos assuntos que te interessam. “Enquanto você está pensando, os algoritmos já trabalharam toda uma de linha de raciocínio que segue com base no seu histórico de busca”, conta Marcus Araújo, presidente da Datastore, empresa especializada em dados e inteligência para o setor imobiliário.
Confira três pontos influenciados pela modernização:
Modo de Morar
Por meio da aplicação de algoritmos é possível desvendar uma série de pontos que ajudam as empresas do setor imobiliário a atender às necessidades dessa nova demanda, fornecendo informações sobre os melhores locais para se construir empreendimentos, metragens e produtos adequados para unidades residenciais, equipamentos presentes na área comum e até mesmo a aplicação do melhor preço para a velocidade de vendas pretendida. “Esse conhecimento é fundamental para ajudar as empresas do setor a obter o conjunto de ouro com o mais alto VGV possível, velocidade de vendas e rentabilidade.”, explica Marcus Araujo.
A tecnologia também trouxe mudanças no modo de morar. “Essa geração de compradores de 2020 pretende ter menos ou nenhum carro, quer trabalhar perto de casa, quer mudar a qualquer hora sem o mínimo de burocracia e para isso utiliza o transporte público ou alternativos como bicicleta, patinete ou carros de aplicativos. Se trabalha em casa, utiliza o co-working do condomínio. Pede comida pelo aplicativo, utiliza a lavanderia coletiva do prédio, faz ginástica na academia de onde mora com personal. A vida passou a girar em torno da sua casa”, diz o presidente da Datastore.
Pesquisa diária
Quando tudo se torna uma pesquisa hoje ou como é chamado popularmente “Glooglada” é possível ter uma previsão de como será o dia. Só com o celular é comum verificar o tempo, a situação do metrô, do trânsito, as promoções para planejar o almoço entre outras informações. “Tudo isso são pesquisas diárias que as pessoas fazem, e que também fornecem dados sobre a região que ela mora, os locais que frequenta, onde e com o quê trabalha”, conta Araujo.
A partir de entrevistas de campo, a Datastore consegue desenvolver um perfil de consumidor de cada local e assim auxiliar empresas na criação de novos projetos imobiliários. “Essas informações são essenciais para o mercado que através das pesquisas conseguem definir o melhor produto para os empreendimentos e assim entregar um resultado mais assertivo para os empreendedores, prezando pelos melhores resultados para o lançamento imobiliário.”, destaca Araujo.
Comida tecnológica
A função mais básica do ser humano que é se alimentar também foi alterada. Como os algoritmos estão em todos os lugares, o sistema agrícola, por exemplo, faz uso da tecnologia para a manutenção da vegetação e precisão da produção. “Prevê-se que a geração alfa seja mais evoluída com uma conscientização maior de mundo e preservação do meio ambiente, em um equilíbrio perfeito entre tecnologia e bem-estar”, finaliza Marcus.
*Escrito por Marcus Araujo, presidente da Datastore.
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