Escola do futuro: educação inovadora ressignifica o atual cenário de pandemia
O sistema de ensino brasileiro foi surpreendido pela suspensão das aulas presenciais em todas as escolas do país devido à pandemia de Covid-19. Professores e gestores educacionais precisaram buscar alternativas para superar os desafios, se reinventar e quebrar paradigmas para continuar a ensinar os alunos.
A adoção de ferramentas tecnológicas tem sido o caminho para que a aprendizagem continue acontecendo, mesmo que a distância. As aulas gravadas e on-line, envio de conteúdos por aplicativo, videoconferências e até mesmo o uso de mídias sociais passou a ser exigência para as instituições de ensino.
Pesquisa divulgada pelo Instituto Península, fundado em 2010, e que tem como foco a melhoria da qualidade da educação brasileira, revela que 83% dos professores das redes públicas e particulares não se sentem preparados para ensinar online e que 55% ainda não receberam treinamento ou orientação para ministrar aulas a distância.
Fluência digital
Se para a maior parte das escolas brasileiras a transformação digital chegou de repente, para o Colégio Amplação, de Curitiba, que há 5 anos aplica o conceito de educação inovadora, a adaptação ao ensino remoto se deu de maneira tranquila, como uma continuidade do trabalho presencial, porque as atividades escolares já são trabalhadas com recursos digitais, metodologias ativas e ferramentas tecnológicas aplicadas à educação diariamente.
Por isso, no início da suspensão das aulas físicas, o Amplação foi uma das primeiras escolas a levar conteúdo aos alunos por meio de aulas on line ao vivo e gravadas em estúdio, com envolvimento de mais de 1.000 alunos e professores. Gisele Mantovani Pinheiro, diretora do Amplação, acredita que a educação brasileira já clamava por uma transformação conceitual e tecnológica, a exemplo da realidade das escolas de primeiro mundo. “A experiência da Finlândia é nossa inspiração e referência em gestão educacional moderna”, sublinha.
“A pandemia, o distanciamento social e o ensino remoto reforçaram a necessidade de uma educação inovadora, ampla, assertiva e significativa, que não se conecta mais com a ‘velha escola’”. Ela frisa que as instituições públicas ou particulares que investem no novo, que estão se reinventando, não encontram muitas dificuldades de adaptação em ações emergenciais e período de distanciamento social.
Escola do futuro
“A inovação está nosso DNA por meio de metodologias ativas, que engloba diferentes práticas em sala, ensino híbrido, aula invertida, onde o professor é moderador e o aluno, autônomo e protagonista de sua jornada de aprendizagem”, observa Gisele. Ela relata que a reinvenção do setor educacional praticamente foi profetizado pelo Amplação há 5 anos, quando iniciou suas atividades em nova sede. “Na ocasião fomos considerados a ‘escola do futuro’, engajada no conceito de educação inovadora e com os propósitos de semear e colher resultados mais efetivos”.
Gisele pontua que, com certeza, a pandemia transformou o sistema educacional. Todas as instituições de ensino tiveram que avançar para a educação do Século XXI, a buscar estratégicas, a se reinventar. “Para o Colégio Amplação, que já seguia pela fluência digital, migrar para o ensino remoto foi um passo descomplicado, quase que natural”, enfatiza a diretora.
Avaliações digitais
Outro fator deve ser considerado pelas escolas, ressalta Gisele. “Todo o processo de ensino e aprendizagem exige a avaliação contínua e indispensável à mensuração da evolução de cada aluno e a comprovação de sua efetividade nas variadas metodologias de ensino adotadas pelo professor”. Para ela, surge, então, a oportunidade de repensar antigas práticas e testar todas as possibilidades que possam funcionar para um ambiente virtual, inclusive, as avaliações. “É preciso levar em consideração que para este cenário não existe um modelo pronto, mas sim inúmeras maneiras de fazer o ensino remoto acontecer”.
A avaliação deve se dar em um movimento contínuo e diversificado, utilizando as mais variadas metodologias que vêm ao encontro do DNA de cada escola, e as inúmeras ferramentas tecnológicas que o sistema de ensino oferece. No Colégio Amplação estão sendo utilizadas como formas de avaliar os alunos neste período de distanciamento social e home office, as plataformas Google Forms, Socrative, Kahoout, Seeasaw e Piklers.
Educação inovadora
Gisele conceitua que a educação inovadora é mais humana, colaborativa, instigante e participativa. “A educação do século XXI promove o conhecimento por meio de práticas tecnológicas inovadoras e experiências educacionais diferenciadas, sem abrir mão do acolhimento e da afetividade, onde o desenvolvimento socioemocional tem tanta importância quanto as salas de aula modernas ou as metodologias ativas”.