Mounjaro já tem data para ser comercializado no Brasil; veja vantagens do medicamento
A farmacêutica Eli Lilly anunciou que o medicamento Mounjaro chegará as prateleiras das farmácias brasileiras em 7 de junho. O medicamento, que tem como princípio ativo a tirzepatida, tem sido muito aguardado pelos seus benefícios significativos para a perda de peso, com eficácia superior a concorrentes já comercializados no Brasil, como o Ozempic e o Saxenda. Mas as vantagens do Mounjaro e das outras “canetas emagrecedoras” vão muito além da perda de peso por si só. Por exemplo, essa classe de medicamentos pode contribuir para a fertilidade, aumentando as chances de casais que desejam ter filhos. “Os benefícios desses medicamentos na fertilidade não são por um efeito direto, mas sim pela perda de peso que promovem”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.
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Segundo o Dr. Rodrigo, o impacto do peso na fertilidade é bem estabelecido. “O peso inadequado interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, principalmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação”, explica o médico. Evidências mostram que mulheres com sobrepeso ou obesidade, em comparação com mulheres com peso adequado nas mesmas condições de idade, têm taxa de gravidez 30% menor ao longo de um ano de tentativas. “Então, as ‘canetas emagrecedoras’, ao promoverem redução significativa do peso corporal, contribuem para o aumento das chances de gravidez”, destaca o especialista, que acrescenta que homens também podem ser beneficiados. “Nos homens, o excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que interfere na qualidade e quantidade de esperma. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, acrescenta.
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Além disso, os medicamentos como Mounjaro e Ozempic também trazem benefícios para mulheres que precisaram recorrer a procedimentos de reprodução assistida. “A indicação desses medicamentos é comum para ajudar as mulheres a perderem peso antes da realização de uma Fertilização In Vitro (FIV), pois a obesidade está relacionada com menores taxas de sucesso do procedimento”, diz o Dr. Rodrigo, que explica que o excesso de peso pode prejudicar a respostas ovariana ao estímulo hormonal necessário para a coleta dos óvulos, resultando em um menor número de gametas para serem fertilizados. “Também há maior chance de falhas na hora da implantação do embrião no útero, reduzindo as chances de gravidez bem-sucedida”, pontua o especialista.
Porém, muitas mulheres se preocupam sobre os efeitos desse medicamento no desenvolvimento da gravidez e na saúde do bebê. E com razão, afinal, não existem estudos capazes de confirmar se o uso do medicamento pode causar complicações para a gestante ou para o feto. “Então a recomendação é que, no caso de gravidez espontânea não planejada, a mulher suspenda o uso assim que descobrir a gestação. Já no caso de Fertilização In Vitro, é importante que o uso dessas medicações seja suspenso 21 dias antes da coleta de óvulos para não interferir com a anestesia utilizada para o procedimento. Depois, a mulher pode voltar a utilizar o fármaco até o momento em que decidir transferir o embrião para o útero, devendo suspendê-lo novamente assim que iniciar o preparo do endométrio”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.