É possível entrar para o fisiculturismo aos 40 anos?
A prática de esportes sempre fez parte da vida da administradora de empresas, Andréia Tokutake. Paranaense, mãe de três filhos, ela se dedicava a corrida para manter a saúde em dia, mas em 2017, ao se deparar com problemas que quase a levaram para uma depressão, sua personal trainer sugeriu que ela entrasse para o mundo do fisiculturismo. Inicialmente, a ideia foi aceita, mas imediatamente Andréia fez um questionamento: ela não queria perder a sua feminilidade. E foi assim que aos 40 anos de idade ela começou a treinar em Ponta Grossa (Paraná), sua cidade natal.
Apresentada as quatro categorias do fisiculturismo (Bikini Fitness, Wellness, Body fitness e Women’s Physique), Andréia optou pela Wellness. Nesta modalidade são avaliadas as atletas que têm coxas e glúteos volumosos, conservam o corpo feminino e exibem pouco percentual de gordura. Assim que seus músculos começaram a aparecer, Andréia ganhou o título de Musa Fitness em sua cidade, fama que logo se espalhou e a tornou conhecida em boa parte do estado paranaense, passando a ser exemplo não só de superação e atleta, mas referência nas redes sociais e no meio empresarial.
Dos treinos quase que diários ao primeiro campeonato em 2018, Andréia precisou treinar muito para conquistar a sua colocação no Top 6 Campeonato Rafael Brandão, em Curitiba (para estreantes). E não foi só essa a conquista comemorada, mas em seguida vieram o Top 2 e Top 3 no Campeonato Rumo ao Sinistro 2019 (SP) e o vice-campeonato Sul-Americano 2019 em Lima (Peru).
Outra comemoração são as medidas esculturais (em off season/ganho de músculos) que hoje chegam a 58 centímetros de coxa.
Além de muita dedicação aos exercícios físicos, Andréia teve que se adaptar a uma nova rotina de alimentação saudável, onde a ingestão de proteínas, fibras e carboidratos foi revista por uma nutricionista.
Amadora no fisiculturismo, Andréia não se arrepende das mudanças visíveis no corpo, com músculos bem definidos, da rotina de academia (quatro vezes na semana) e nem mesmo de ter deixado de lado o vinho, bebida que ela tanto apreciava.
A atleta, que superou a fase depressiva na sua vida, hoje incentiva as mulheres, de todas as idades, a investirem na prática esportiva. “Eu sempre fui adepta de esportes, fazia corrida antes do fisiculturismo e me sentia bem, mas chegou um momento que eu precisava de algo que me fizesse criar uma rotina de treinos. Precisei abdicar de muitas coisas na alimentação, mas tudo valeu a pena. No começo tinha medo de perder a feminilidade, mas fui orientada a ingressar na categoria certa para aquilo que eu queria que era me sentir bem e feliz”, diz.
Em novembro de 2020, Andréia tentará mais uma medalha, desta vez no Campeonato NPC Masters Brasil, em São Paulo (o calendário pode ser alterado devido a pandemia de Covid -19).
Incentivo
Andréia idealizou o projeto Você Pode Mais, onde ajuda mulheres a transformarem suas vidas através da prática de esportes. Uma equipe formada por nutricionista, psicóloga e personal trainer auxilia o grupo por um período de três meses. Não há custos para estas mulheres. Cinco participantes já passaram pelo projeto que neste momento está interrompido devido a pandemia.