De escolinha de equitação a sonho olímpico
O envolvimento com o cavalo, principalmente em modalidades esportivas, pode trazer muitos benefícios no desenvolvimento biopsicossocial da criança e do adolescente. Após assistir a uma reportagem sobre esse tipo de prática, a família de Nina Storrer Müller, hoje com 12 anos, optou por levá-la a uma aula experimental de hipismo – modalidade da arte de montar a cavalo que é, também, um esporte olímpico.
“Quando mais nova, a Nina era muito tímida. A relação dela com outras crianças, enquanto crescia, era bem reservada. Falava pouco na sala e até mesmo no convívio familiar. Chegamos a pedir orientação a psicólogos para tentar resolver esse problema de timidez, mas não tivemos muito progresso”, lembra Felipe Reichmann Müller, pai da amazonas.
O publicitário conta que, no fim da primeira aula, Nina desceu do cavalo e foi abraçá-lo, começando, inclusive, a conversar com o tratador. “Isso nos espantou bastante já que ela nunca falava com ninguém. Principalmente pessoas estranhas. Ali, vimos que realmente o cavalo foi algo que a soltou e deu confiança a ela”, revela Felipe, acrescentando que, naquele momento, decidiu matriculá-la na escola de hipismo, ainda com quatro anos, para aprender a trotar e a galopar. Sua irmã, Anna Storrer Müller, na época com três anos de idade e hoje com dez, também quis começar no esporte – o que inspirou até mesmo os pais a ingressarem na modalidade.
Dois anos depois, quando as meninas já estavam completamente envolvidas com o esporte, Carmen, mãe das crianças, decidiu que era o momento para comprar o primeiro cavalo da família – o Britânico, um puro sangue inglês. “A partir do momento em que você compra um cavalo, toda a sua relação com o esporte muda, porque você tem que entender o animal como um atleta, que é o que ele realmente é”, explica ele. Com isso, o pai de Anna e Nina afirma que sua percepção em relação ao esporte muda completamente.
“Quanto mais as crianças se envolvem com o animal, mais forte fica a relação do conjunto, que é a junção da amazonas ou cavaleiro com o cavalo, e mais confiança ele tem com o cavaleiro”, complementa.
Para o pódio
Hoje, Nina e Anna Storrer Müller são medalhistas. Só em 2020, a primeira foi campeã na categoria geral 1,10m no Ranking Paranaense e campeã pré-mirim do DTC Christmas Tour, torneio organizado por Doda Miranda. Já a segunda foi campeã por equipe 0,80m no Campeonato Brasileiro de Escola e medalha de bronze individual no Campeonato Brasileiro de Escola 0,80m — além de vários outros títulos conquistados ao longo da carreira que, apesar de curta, já é digna de honra.
“Sendo proprietárias do cavalo, elas conseguiram pegar todas as categorias de base do esporte, que é dividido por categorias subdivididas pelas alturas que o cavalo salta”, explica o pai, orgulhoso, acrescentando: “Quando você tem as categorias de base, também chamadas de alto rendimento, o atleta tem que estar em determinada idade saltando determinada altura. Vários profissionais quando jovens não conseguiram pular categorias, e esse é o principal diferencial das meninas. Elas conseguem pular as categorias de base e de alto rendimento na idade certa e com o cavalo certo”.
A TOPVIEW conversou com as duas medalhistas mirins sobre seus sonhos, inspirações e vontades acerca do hipismo. A seguir, confira a conversa na íntegra:
O que vocês mais gostam no hipismo?
Nina Storrer Müller: A adrenalina que sinto na prova. E sentir o cavalo. Gosto muito também dos meus amigos, porque na minha escola ninguém me entende.
Anna Storrer Müller: Gosto muito dos cavalos, das provas. Gosto também de fazer exterior, que é cavalgar ao ar livre e fazer algumas trilhas, além de trotar, galopar
e pular muitos obstáculos.
Vocês querem ser amazonas profissionais?
Nina Storrer Müller: Quero chegar nas olimpíadas, desde que tenho uns 8 anos é o meu sonho. Eu amo galopar com os cavalos.
Anna Storrer Müller: Quero chegar muito longe, pular bem alto. Se eu conseguir, ir para as olimpíadas, mas se der alguma coisa errada não tem problema.
O que vocês sentem quando estão competindo?
Nina Storrer Müller: Eu fico muito nervosa já uns três dias antes. Não passa até a hora do pódio, continuo nervosa, na expectativa de conseguir uma boa colocação.
Anna Storrer Müller: Fico um pouco nervosa, mas eu penso que vai dar tudo certo. Às vezes, bem às vezes, dá um frio na barriga, mas tenho pensamento positivo. Acho divertido.
Vocês têm algum sonho relacionado ao hipismo?
Nina Storrer Müller: Chegar nas olimpíadas, mas esse ano quero ir para o Campeonato Sulamericano.
Anna Storrer Müller: Além de ir para as olimpíadas e pular bem alto, quero ter muitos cavalos.
Tem algum cavaleiro ou amazonas que vocês se inspirem?
Nina e Anna Storrer Müller: Mauricio de Oliveira Franco, o nosso professor, é quem mais nos inspira. Além disso, gostamos também da Giovana Sobania, do Marlon Zanotelli, do Luiz Felipe Pimenta. Inclusive, não podemos deixar de agradecer aos nossos patrocinadores, Hospital do Rocio e Escola Nova Geração.
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