Cuidado com o greenwashing!
A onda de conscientização que se espalha pelo mundo simboliza uma grande esperança. É visível que a sustentabilidade tem a preferência não apenas de consumidores, mas também de governos e instituições. Diante disso, as empresas que não demonstram ao menos uma preocupação mínima com o impacto de suas operações no ambiente estão perdendo o seu espaço no mercado atual.
Como forma de adaptação e adequação, muitos negócios mudaram a matéria-prima de seus produtos, instituíram uma logística de transporte mais inteligente, criaram formas de política reversa, evitaram o desperdício de materiais, valorizaram a mão de obra local e investiram em melhores condições de trabalho. No entanto, outros apenas mascararam o seu impacto, causando um prejuízo ao ambiente e também ao consumidor. Se dizem ecológicos e, na verdade, não são.
O termo que carrega o significado dessa (má) prática é greenwashing. Foi criado em 1986 por Jay Westerveld, um ativista ambiental norte-americano, em um artigo que criticava a ironia da campanha da indústria hoteleira para o reuso de toalhas de banho objetivando a economia de água. Segundo estimativas, no primeiro Dia da Terra, celebrado em 22 de abril de 1970, as empresas gastaram mais de US$ 1 bilhão com greenwashing, investimento significativamente maior daquele destinado a projetos para efetivamente reduzir o impacto ambiental negativo.
As consequências dessa “maquiagem verde” são o descarte incorreto de objetos, a competência desleal com empresas que estão investindo em métodos mais sustentáveis, o gasto do consumidor com um produto que não irá atender a suas expectativas, entre outras.
Portanto, quando nos depararmos com termos como “produto sustentável”, “ecológico”, “não agride o meio ambiente”, sem nenhuma certificação ou comprovação do benefício ecológico, devemos investigar melhor. Afinal, para que o consumo seja consciente, é necessário haver também transparência.
*Coluna originalmente publicada na edição #245 da revista TOPVIEW.