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Sustentabilidade agora! Começando com você

Todas as ações que promovam a melhora do meio ambiente, independentemente de seu peso, são válidas para transformar a nossa realidade

Neste começo de ano, eu venho propor uma reflexão que julgo extremamente necessária. A pandemia atingiu cada um de nós de uma forma, no mínimo, surpreendente. Não há dúvidas de que a situação atual é consequência da maneira sem limites e descontrolada que adotamos para gerir os recursos naturais.

Ao mesmo tempo que cobramos ferozmente grandes entidades por um desempenho ambiental exemplar, esquecemos de fazer o mínimo nas nossas casas. Será que não estamos entregando o bastão e perdendo a chance de realizar, nós mesmos, as mudanças que precisamos?

Pequenas atitudes são não apenas importantes como também essenciais para um ambiente mais harmônico. Nenhuma iniciativa deve ser desmerecida, pois ela pode fomentar diversas outras, criando uma cadeia. Ao separar corretamente o lixo em casa, por exemplo, evitamos que os trabalhadores de cooperativas tenham um trabalho dobrado ou sejam contaminados por resíduos que não deveriam estar ali. Com isso, mais objetos são enviados para a reciclagem e, no final, estamos ajudando a circular a matéria-prima.

Não se trata de salvar o planeta. Precisamos de mudanças para o nosso próprio bem e para que vivamos em um ecossistema que não seja inóspito. Em 2019, a média global de dióxido de carbono atmosférico era de 409.8 ppm. O número mais alto nos últimos 800.000 anos. Durante a década de 1950, atingimos o nível crítico de 300 ppm e cerca de metade do CO₂ emitido desde então ainda permanece na atmosfera.

O dióxido de carbono é um gás de efeito estufa, ou seja, sua acumulação resulta no aumento da temperatura terrestre. O sequestro de carbono, processo de remoção do gás da atmosfera, é feito por árvores e também pelo oceano. Precisamos preservar esses ambientes, pois eles realizam serviços ambientais para nós.

Por fim, não podemos mascarar nosso impacto no planeta para sempre, pois, eventualmente, teremos que lidar com as consequências. A ciência já nos mostrou o que precisamos fazer para reverter a situação (sim, é possível) e precisamos agir. Em seu último documentário, o naturalista David Attenborough alertou: “10 mil anos atrás, como caçadores e coletores, vivíamos de forma sustentável, pois era a única opção. E agora, novamente, é a nossa única opção.”

*Coluna originalmente publicada na edição #244 da revista TOPVIEW.

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