SELF COMPORTAMENTO

A dieta na melhor idade

Para os idosos, a alimentação é ainda mais primordial para a qualidade de vida. E, no Centro para Idosas Solary, o assunto é tratado com muita seriedade

A alimentação na terceira idade exige muito equilíbrio dos profissionais que com ela trabalham. Além da importância de se oferecer uma dieta balanceada, nesse momento da vida, a comida passa a ser uma das grandes alegrias para o idoso e, por isso, saber dosar saúde e prazer é um grande desafio. No Centro para Idosas Solary, a questão da alimentação é levada a sério.

“Somos muito enfáticas nessa questão, todo o cardápio é balanceado, pensando nessa questão do idoso, do que pode e o que não pode”, explica Roberta Morais Mendes, proprietária do local. Ela destaca que o cardápio é preparado por uma nutricionista, que define o que será servido em cada uma das refeições e fornece muitas das receitas também. As 12 moradoras da casa têm, em um dia, seis refeições:

Café (7h): pão com doce ou com salgado, iogurte, frutas picadas, suco, chá ou café.

Lanche da manhã (9h30): vitamina, suco verde, fruta ou salada de fruta.

Almoço (11h30/12h30): salada, prato com carboidrato e proteína, mais uma sobremesa (sagu, gelatina, frutas da época ou mousse diet).

Lanche da tarde (15h/15h30): bolo, torta salgada ou pão recheado.

Jantar (17h30/18h): geralmente sopas.

Ceia (20h30/21h): chá com bolacha, café com leite quente ou achocolatado.

As refeições são servidas em uma mesa comum. “É como se fosse uma mesa de casa. A ideia é que as clientes não se sintam em uma clínica ou em um hospital”, reforça Roberta. As moradoras da Solary podem se servir sozinhas e as que precisam de ajuda para montar o prato ou comer são auxiliadas pelas cuidadoras, que também ficam de olho para que não haja exagero na dose de comidas ingeridas. “Prestamos atenção aos limites, mas entendemos que, nessa idade, um dos maiores prazeres é a alimentação. Então precisamos ser um pouco maleáveis”, explica Roberta. No momento em que entra no Solary, a família da idosa já sinaliza se ela tem alguma restrição alimentar, como a necessidade de uma alimentação mais pastosa ou de uma dieta hipo sódica. Nesses casos, a dieta é tratada de forma individualizada. As clientes do Solary acabam participando da produção dos alimentos que consomem nas oficinas gourmets, preparando pães e bolachas, por exemplo. E os temperos plantados por elas nas hortas são usados também. As duas atividades fazem parte da programação de Terapia Ocupacional que a casa oferece três vezes por semana.

Também é comum que alguma delas faça um pedido por um prato específico à direção da casa. Se aprovado pela nutricionista, o pedido é atendido. “Nada como o prazer de comer o prato e saber que o pedido foi atendido, isso é importante para que elas se sintam bem”, enfatiza Roberta. Nas visitas que recebem, é comum que parentes e familiares levem mimos em forma de guloseimas às moradoras do Solary. Em casos como esses, a orientação é que os alimentos sejam entregues à direção da casa. “Os idosos pedem e a família traz. E muitas coisas são entregues diretamente a elas, geralmente besteiras”, explica Roberta. Como essa alteração na alimentação pode desequilibrar a dieta das clientes e até gerar ganho de peso – controle que é feito mensalmente – é preciso trabalhar esse conceito fortemente com as famílias. “Temos que ter jogo de cintura com esse assunto”, finaliza. O Centro para Idosas Solary atende exclusivamente mulheres com mais de 60 anos. As profissionais são mulheres também. Além das moradoras permanentes, há opções para idosas passarem o dia ou somente a tarde. A ideia é, no futuro, abrir uma unidade só para homens e outra para casais. 

 

*Matéria originalmente publicada na edição 214 da revista TOPVIEW

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