SELF COMPORTAMENTO

Working the balance: é possível equilibrar desempenho profissional e saúde mental?

A competitividade no mercado de trabalho, por mais que tradicionalmente seja buscada, tem se acirrado nos últimos anos. Cada vez mais profissionais têm buscado formas de se destacar em suas carreiras, levando-os muitas vezes a ultrapassar os próprios limites mentais e físicos com o objetivo de atingir alta performance e resultados elevados. O preço por essa busca, porém, pode ser caro, como aponta o escritor Uranio Bonoldi, especialista em carreira, negócios e tomada de decisão. Para o autor, é importante encontrar brechas para respirar e espairecer, sem se afogar no trabalho, sob o risco de até mesmo ter perdas no desempenho.

“Quando se realiza uma atividade física, como musculação, o corpo é levado à exaustão e pelo descanso ele se recompõe, se tornando mais forte e resistente. Assim também é em outras áreas da nossa vida. O descanso é fundamental para que o profissional se recomponha e se fortaleça, garantindo assim um ritmo mais consistente de trabalho”, diz.

Autor de “Decisões de Alto Impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi, considera que a administração do tempo é fundamental. “É importante saber quando o trabalho começa e quando termina, quais dias da semana serão de descanso, em que momento fará uma pausa, além de estipular os horários para refeições, exercícios físicos, lazer e, principalmente, o sono. Respeitando essa rotina já é possível atenuar o desgaste que o trabalho pode proporcionar”, diz.

Segundo o escritor, boas noites de sono devem ser prioridade. “Muitas atividades podem ser feitas para promover o bem-estar, como atividade física, meditação, encontros com familiares e amigos e até hobbies como desenhar, pintar, etc. O problema é que a escassez de tempo pode impedir a realização dessas atividades”. Para ele, a falta de sono pode deixar as pessoas mais ansiosas e emocionalmente sensíveis, prejudicando a execução das suas funções no trabalho. “Ninguém consegue refletir, intuir e tomar boas decisões sem estar com a mente descansada”, diz.

Bonoldi pondera que essa busca por alta performance precisa ser revista em sua raiz. “A cobrança por melhores resultados hoje vem não apenas da empresa, do mercado, mas também do próprio profissional, que se coloca nessa expectativa de ser a melhor versão de si mesmo sem reconhecer as próprias limitações.

Algo que, a princípio, pode ser positivo, se torna um veneno. É compreensível quando os profissionais precisam trabalhar excessivamente por algum período, porque têm objetivos específicos em mente, mas é preciso estipular um prazo para encerrar esse ciclo e não torná-lo uma rotina perene. O trabalho na nossa vida deve nos fazer bem, nos fazer crescer e trazer benefícios, e não tirar nossa saúde, nossos relacionamentos e nossa disposição”, completa.

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